Relato de parto – O dia em que Pedro nasceu: Ou melhor, a quentíssima madrugada de verão

Para ler ouvindo: Pra sonhar – Marcelo Jeneci

 

Sonhei com o nascimento da Marina, filha que darei à luz em agosto. Ao abrir os olhos, imediatamente me transportei para o dia em que meu primogênito, Pedro, quis chegar ao mundo. Ele escolheu o dia 9 de fevereiro, mais precisamente às 3h05 da madrugada. Fazia muito calor, segundo soube por notícias, a noite mais quente dos últimos anos até ali. Estávamos com 39 semanas de uma gestação absolutamente tranquila, saudável e feliz.

Sob o ponto de vista fisiológico, meu parto foi perfeito. Me preparei para aquele momento durante 9 meses e, quando ele chegou, me entreguei confiante, determinada, disposta e feliz. Consciente e amparada. Já no hospital, menos de 5 horas depois estava com o menino nos braços, vivendo a golden hour com meu filho mamando sublimemente. Ambos cansados e entregues. Uma verdadeira inundação de ocitocina. Meu relato de parto, porém, me lembra de que nem tudo saiu como o esperado graças à rotina de processos, do burocrático ao operacional, de quem vive o dia a dia de uma maternidade. Por isso é tão importante falarmos em humanização e renascimento do parto. Sobretudo, em respeito à mulher que está parindo – seja lá como isso esteja acontecendo (informação, empatia e canja de galinha não fazem mal a ninguém).

Peço licença a todos para contar…

“O sábado amanheceu caloroso assim como os dias vinham sendo em Curitiba desde o início do verão. Na verdade, mesmo antes da estação quente começar estávamos ‘sofrendo’ com temperaturas altas e atípicas para a capital paranaense. Se a grande maioria das pessoas já estava incomodada com o calorão, o que dizer então de uma grávida em reta final de gestação.

O dia oito de fevereiro marcava o começo da semana 39. A obstetra sempre nos dizia que era difícil o bebê adiantar muito em se tratando da primeira gravidez. Crentes nisso, eu e meu marido contávamos que o Pedro viria dia 18 de fevereiro – data provável prevista desde a primeira ecografia e calculada de acordo com a minha última menstruação.

Acordei um pouco cansada, fato que estava se repetindo há algumas semanas devido ao inchaço das pernas e pés e das idas constantes ao banheiro – a essa altura o bebê estava grande e pressionava cada vez mais minha bexiga. Bastava um copo d’água para visitar o cômodo pelo menos três vezes a cada 20 minutos/meia hora (sem exagero). Apesar disso, meu humor se mantinha calmo e sereno e eu me sentia plena como nunca antes na vida. 

Depois do almoço, meu irmão ligou e disse que nos faria uma visita. Passamos a tarde juntos. Na maior parte do tempo, falamos sobre o dia em que o Pedrinho nasceria dando palpites sobre quem teria acertado a data correta no bolão que fizemos no dia do “Aniverchário” (chá de bebê do Pedro e meu aniversário de 28 anos), celebrado em janeiro. Animada, resolvi improvisar umas pizzas feitas com pão para lancharmos (que só para constar, ficaram uma delícia).

Em meio a tudo, sentia que algo estava acontecendo em mim, mas não sabia definir exatamente o que era. Uma dorzinha aqui, um desconforto ali… Mas nada que me fizesse acreditar que a tão sonhada hora havia chegado. Assim, eu e Davi fomos caminhar no parque São Lourenço – hábito que cumprimos religiosamente todos os dias a partir da semana 30 por sabermos que poderia facilitar o parto. Durante a caminhada, senti algumas pontadas na parte de baixo da barriga a ponto de ter que parar para me recompor. Mesmo assim, conclui a volta do circuito!

Voltando pra casa, nada da dor passar. Davi então perguntou tudo o que eu sentia e fez uma breve pesquisa na internet (o Google tem – quase – todas as respostas que os pais de primeira viagem precisam – muitos risos). Com base nos artigos publicados nos muitos sites sobre gravidez e bebês, tudo nos levava a crer que eu estava tendo um trabalho de parto falso (ou contrações de Braxton Hicks). Para me sentir melhor, resolvi então tomar um banho relaxante (instintivamente já estava me autocuidando e preparando para parir de fato). Lavei os cabelos e sentei em uma banqueta que estava no box havia algum tempo para que eu pudesse lavar os pés (missão quase impossível com a barriga gigante) e deixei a água morna escorrer pelas costas. Mal sabia eu que tanto a caminhada quanto o banho quentinho iriam facilitar e adiantar em muitas horas o nascimento do meu pequeno. Ah, e que o Google dessa vez estava errado, hahahaha.

Preciso registrar que ao sair do banho e perceber que a dor não havia diminuído, pelo contrário, estava cada vez mais forte comecei a me preocupar. Nessa hora, uma situação engraçada: ouvi o Davi conversar com a mãe dele no telefone e dizer a ela que eu estava ‘sentindo uma dorzinha na barriga’. Na hora fiquei um pouco irritada com a descrição dele, mas hoje só consigo rir. Sentei no sofá e assisti à novela das 21h (Em Família, a última do Manoel Carlos, autor que eu amo) e ao BBB 14 (hahahaha – me julguem) com dor. Fui deitar e ahhhhhhhhhhhhhhhhhh, agora sim a dor estava forte. Foi aí que o Davi resolveu contar os intervalos das contrações no relógio, mas tínhamos a impressão que nunca havia uma regularidade: uma hora passavam 10 minutos, na outra cinco. Será que vai nascer?

A essa altura, o relógio marcava 22h e começamos a ficar tensos. Eu caminhava de um lado para o outro da casa, deitava e me rolava na cama, voltava a andar pra lá e pra cá. Um misto de medo e emoção tomava conta de mim e eu só conseguia pensar no rostinho do meu filho, no momento em que eu o pegaria pela primeira vez nos braços. Voltando um pouco no tempo, perto das 21h eu havia mandado uma mensagem para minha médica e ela não tinha respondido até então. Resolvi mandar novamente e de repente chegou a resposta que faltava para nos fazer ir ao hospital: segundo ela, eu estava em pré-trabalho de parto.

Olhei para o Davi e ele ria emocionado. De repente, começou a correr pela casa juntando tudo o que era necessário levar: as bolsas da maternidade (todas prontinhas), o quadrinho da porta, o bebê-conforto. Peguei minha bolsa e me certifiquei que estava levando o RG, a carteira do plano de saúde e a carteirinha do pré-natal. Com tudo no carro, fomos para o Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças (HNSG). A vantagem de ter passado das 22h descobrimos assim que saímos do nosso condomínio e nos demos conta de que não havia trânsito algum no trajeto. Ponto pra nós (e para o Pedrinho, claro, haha)!

Chegamos e fomos direto para uma das entradas do HNSG (existem duas) e logo fomos informados de que, óbvio, estávamos na errada. Eu tive o cuidado de ligar antes para perguntar por qual porta eu deveria entrar em trabalho de parto, mas, claro, fui mal orientada. Vendo meu estado (andando, porém contrações rolando), o porteiro foi muito prestativo e sugeriu que o Davi fosse ao local correto e cuidasse da minha internação (por que tanta burocracia, gente?!), enquanto ele me levaria para o centro obstétrico. No caminho, uma mulher sugeriu que eu fosse colocada em uma cadeira de rodas, mas ele me olhou e perguntou se eu gostaria de seguir em pé. E tinha toda razão, tanto que só fiz um sinal afirmativo com a cabeça compactuando com a indagação dele (a essa altura falar não era tão confortável, muito menos tomar decisões. Andar sim, isso era bom e aliviava… Pena que me fariam ficar só deitava mais adiante).

Já no corredor do centro obstétrico – que eu conhecia um pouco por ter feito o curso de gestantes no HNSG aos 2 meses de gestação – antes de se despedir de mim, o porteiro ainda me perguntou o nome do bebê e se já estava na hora dele nascer. Respondi que sim para ele e para mim mesma. É, chegou a hora! Detalhe para o atendimento gentil e empático do porteiro.

A porta se abriu e de lá uma enfermeira com cara de poucos amigos me recebeu. Entramos na sala de exames e ela logo me deu um roupão do hospital e indicou que eu tirasse toda a roupa e vestisse apenas ele. Nada de sorrisos de boas-vindas. Deitei nervosa e tensa com a ausência do Davi – que ainda não tinha voltado lá das burocracias -, mas procurei me concentrar em contar meus sintomas a ela. Nisso, o médico plantonista entra e me avisa que irá fazer o exame de toque. ‘Você está com quatro dedos de dilatação e o bebê deve nascer por volta das 9h ou 10h da manhã’ (ainda eram 23h). Liguei para minha mãe, que já estava a caminho do hospital com meu irmão e meus tios, e disse que ela e a trupe podiam voltar só na manhã seguinte, pois o trabalho de parto ia longe. No entanto, eles já estavam dentro do hospital.

Um pouco antes de sairmos da sala de exames, o Davi havia chegado. Neste momento, o plantonista nos disse que eu já ficaria internada. Cheguei a perguntar a ele se era possível eu ir pra casa e voltar mais tarde (dã), mas ele me disse que não seria mais possível, pois a dor iria aumentar muito e eu ficaria muito nervosa (achei bem pretensioso da parte dele, mas tudo bem). Parece uma pergunta idiota a se fazer estando em trabalho de parto, mas eu explico: sempre ouvi muitas mães dizerem que era melhor ficar em casa para se sentir mais tranquila e relaxada até bem perto do bebê nascer. Enfim, não foi o meu caso. Já estava lá e pensei que deveria ser melhor assim mesmo!

A mesma enfermeira com cara de poucos amigos acompanhou o exame de toque e toda essa conversa. Ao fim de tudo, nos disse que eu ficaria na sala de pré-parto até o bebê nascer e que o Davi poderia me esperar na sala de espera. O QUÊ? Mas e toda aquela história de “parto humanizado”? Nervoso, o Davi disse que não me deixaria sozinha e ela respondeu com uma expressão de ‘não posso fazer nada’. Para nossa sorte, o médico plantonista (aquele meio pretensioso a respeito das minhas dores e estado psicológico, haha) voltou para a sala em que estávamos e pedimos a ele que intercedesse. Felizmente, ele autorizou a entrada do Davi e ainda lembrou à enfermeira que negar o acompanhante à gestante é uma prática contra a lei – e que se alguém questionasse, era para falar que a ordem era dele. Ponto para o médico (e cursinho de reciclagem pra linda, né)!

Questões práticas resolvidas, lá fomos nós dois para a sala de pré-parto. O Davi saiu por um momento e pude conversar um pouco mais com a enfermeira. Apesar de sentir muitas dores, pensei comigo que a melhor coisa a fazer era tentar ‘conquistar’ aquela mulher (vocês tem noção que eu estava parindo e pensando em conquistar a simpatia da enfermeira?!?!). E foi o que eu fiz. Falei poucas palavras, mas com carinho expliquei a ela que estava passando por aquilo pela primeira vez e muito emocionada. Também pedi que deixasse o Davi fumar um cigarro caso ficasse muito nervoso (dá pra acreditar que me preocupei com uma aberração dessa em pleno trabalho de parto?! Muitos risos de novo), e ela, neste momento mais solta e até um pouco divertidamente assustadora, respondeu que eu não precisaria me preocupar com nada. Ufa!

Davi de volta, ficamos completamente sozinhos. Eu deitei e ele ligou a TV. Lembro que estava passando o programa Altas Horas e que, levando em conta a estimativa do médico plantonista – de que o Pedro só nasceria na manhã seguinte -, pensei comigo que tinha muito chão pela frente e que eu teria contrações a noite toda. Com isso em mente, tratei de respirar fundo e tentei relaxar. Fiz um check-in no Facebook avisando os amigos e familiares que à hora havia chegado e liguei novamente para minha mãe pedindo que fosse para casa (ela estava no hospital, lembram?).

Nesse ponto, as dores só aumentavam. Tentava achar uma posição confortável na cama, mas qualquer manobra para conseguir isso parecia em vão. Davi não me deixava desamparada um segundo sequer: acariciava-me, massageava minhas costas, rezava. Eu pensava em várias coisas para dizer a ele, mas as palavras não saíam mais. A única coisa que eu conseguia fazer era aguardar as contrações e me concentrar para suportá-las. A dificuldade de respirar começava a ficar grande por causa da dor que ficava cada vez mais forte. Sempre pensei que as contrações vinham em intervalos maiores e só ficavam mais curtinhas perto do bebê nascer. E se ele só nasceria de manhã, por um momento cheguei a pensar que não aguentaria. Mas para minha sorte, o plantonista é quem estava enganado: eram apenas 1h30 da manhã quando Pedrinho já estava prestes a vir ao mundo.

Vendo meu estado, Davi saiu à procura da enfermeira – que simplesmente havia evaporado. Quando ela entrou no quarto, pensei em pedir que me colocasse no banho para ver se as dores aliviavam um pouco (era uma alternativa que havia sido oferecida na chegada, com muito mais ênfase apenas no curso de gestantes). Porém, ao me ver ela voltou a sair do quarto e voltou alguns segundos depois com o médico. Eu estava deitada com a cabeça nos pés da cama (haha) segurando firme para suportar as contrações que vinham quase de minuto em minuto. Nunca mais vou me esquecer desta cena: quando cheguei, perto das 23h, eu estava com quatro dedos de dilatação. Ao ser examinada aproximadamente duas horas mais tarde, já estava com OITO. O plantonista fez o toque e saiu correndo/dizendo que chamaria minha obstetra. Meu alívio foi imenso… Pedro nasceria muito antes do que imaginávamos! Ainda deitada, minha bolsa estourou. Lembro-me de ter sentido uma grande quantidade de líquido escorrer pelas minhas pernas. Davi então ligou para a mãe dele e avisou que Pedrinho nasceria logo. Minha mãe, que já havia ido ao hospital e retornado pra casa, voltou com ela para que ambas fossem as primeiras a ver o neto. Ponto para as vovós!

Pediram então que eu me levantasse e fosse para a sala de parto. As dores eram muito fortes (muito fortes, mas muito fortes mesmo). A dra. ainda não tinha chego, assim como a anestesista também não. Em meio a dor, eu acabei optando por um parto com analgesia, que não interrompe os movimentos das pernas e possibilita a mãe trabalhar ativamente no parto. Até então pensei que isso se chamava ‘parto sem dor’, mas no meu caso, até aquele momento, não havia nem sinal da dor passar (lembrando que eu já estava com OITO de dilatação). SERÁ QUE EU PRECISAVA MESMO DE ANALGESIA? Até hoje me pergunto e me questiono a falta que uma doula me fez nesse momento. Não tive nem a opção de experimentar alguma medida não farmacológica de alívio… Era tudo muito protocolar por ali. Deitei na maca e me mantive concentrada para continuar suportando a dor que continuava a vir nas contrações, essas intensas e com intervalos curtíssimos. Em momento algum me ofereceram qualquer suporte, uma conversa que fosse, um banho, caminhar ou simplesmente a sugestão de tentar uma posição que não fosse deitada. O Davi estava me aguardando no corredor a pedido das enfermeiras e logo voltaria a ficar do meu lado.

Depois de sentir várias contrações ali deitada, outra enfermeira pediu que eu me sentasse na cama com as pernas para fora. A anestesista havia acabado de chegar e eu precisava me posicionar para ‘ganhar’ o alívio tão esperado. Mas ele ainda demoraria um pouco mais. A sensação era um misto de desespero e emoção pela hora tão sonhada.

Quatro ou cinco contrações depois, recebi a analgesia. Ainda tive forças para pedir que a anestesista esperasse a última, que já estava vindo, passar para que colocasse a agulha. A dor foi aos poucos diminuindo e eu voltei a deitar. Ela então pediu que eu ficasse de lado e segurasse minha perna direita contra o peito. Enquanto isso, ela empurrava o bebê para baixo. A obstetra já estava posicionada no pé da maca a postos. Alguns movimentos depois, já deitada de frente novamente (e, infelizmente, com as pernas amarradas com faixas no aparato obstétrico gelado da maca) comecei a empurrar o bebê (em nota: em nenhum momento tive medo de fazer coco no meio do parto, na realidade, nem pensei nisso – até porque havia ido ao banheiro várias vezes durante o dia, prova viva de que a mãe natureza já estava limpando meu organismo para o parto). O Davi viveu cada segundo desta loucura maravilhosa ao meu lado, fazendo força junto comigo (jamais vou esquecer as doces palavras dele ao meu ouvido enquanto trazia nosso filho para o mundo). Como estava sob o efeito da analgesia, pude fazer muita força. MUITA FORÇA MESMO! Por isso, bastaram duas ou três empurradas para que eu ouvisse: NASCEU!

Eram exatamente 3h05 da madrugada quente do dia 09 de fevereiro de 2014, o domingo mais feliz de nossas vidas. Pedrinho nasceu com 47cm e 3.070 Kg.

Vi o Pedro apenas de relance e acompanhei a Dra. Janine entregando-o nas mãos da pediatra que acompanhou o parto. Olhei para o Davi preocupada e pedi que ele fosse junto para onde ele estava sendo levado. Esse procedimento aconteceu porque devido à rapidez da evolução do meu parto, Pedrinho acabou engolindo um pouco de mecônio (primeiras fezes eliminadas pelos bebês) e teve que ser aspirado para evitar um problema grave. Em alguns casos, isso pode resultar em pneumonia, mas felizmente não foi o caso do nosso garoto. Enquanto isso, a médica me dava os pontos da episiotomia que ela julgou necessária para evitar lacerações (não senti nada, mas só soube disso naquele momento). Também expeli a placenta (sem dor alguma) e pude vê-la de perto – é uma coisa estranha e ao mesmo tempo magnífica.

Logo o pequenino voltou para os meus braços (acho que em menos de 5 minutos). Jamais vou me esquecer do primeiro toque que fiz no seu rosto; a pele mais macia que eu já senti na vida. Ele estava calmo, sereno e despertou em mim o que os cristãos chamam de AMOR ÁGAPE (o mesmo que dizer AMOR INCONDICIONAL). Tiramos uma linda foto em família e Pedrinho teve que ir para a incubadora que fica no próprio berçário e, segundo disseram, serve para os bebês se aquecerem (afinal de contas, ele havia acabado de sair do lugar mais quentinho e aconchegante para ganhar o mundo e naquele protocolo o colo da mãe poderia esperar). Eu fui para uma sala de recuperação tomar um pouco de fôlego, pois apesar da rapidez com que tudo aconteceu, a intensidade foi grande e eu estava simplesmente exausta. Davi não saiu do ladinho do nosso filho em momento algum depois que ele nasceu!

A anestesista foi tão ou mais importante no meu parto que a obstetra, pois teve especial carinho comigo e, principalmente, EMPATIA. Ela foi ver como eu estava na sala de recuperação e eu disse a ela que estava com saudades do meu filho. Ela então pegou a maca e me levou para o berçário (ela também já havia ido atrás de um lanche uma vez que eu reclamei de fome… Não conseguiu, mas sua preocupação comigo me emociona até hoje, pois foi a única profissional da equipe que agiu comigo de forma empática, verdadeiramente humanizada). Quando cheguei lá, colocaram o Pedrinho de novo no meu colo e pude beijar o rostinho dele. Minha mãe Raquel e minha sogra estavam ali acompanhando tudo. Por sorte, éramos só nós ali naquela noite – nenhuma outra gestante deu à luz no HNSG naquela madrugada.

Depois do banho, Pedro voltou para o meu colo e logo começou a mamar – de onde só sairia 2 anos e 10 meses depois, hahaha. Fomos para o quarto e eu não consegui dormir: passei quase duas horas olhando para ele, COMPLETAMENTE APAIXONADA.”

 

Desta vez, desejo que minha história tenha o mesmo final feliz. Ou melhor, começo feliz, pois o nascimento é apenas a primeira etapa de uma grande missão de vida chamada maternidade que mergulho diariamente com amor e determinação (e praticamente sem rede de apoio). No entanto, agora estou me cercando de uma equipe humanizada, com todo o respaldo possível. Não se trata de um parto idealizado, mas pelo menos planejado para que eu consiga ser, verdadeiramente, a protagonista ao lado da minha filha. Nós é quem faremos o trabalho! Não sem as mãos e corações de vocês.

Até a próxima!

 

Patricia Pavloski Perez

Jornalista – DRT 9275/PR
+55 (041) 9 9981-9716

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