Alimentação influencia na qualidade do sono
Sabe aquela sensação de ter acordado cansado, mesmo dormindo as mesmas horas de sempre? Segundo dados colhidos entre 2018 e 2019 pela Associação Brasileira do Sono (ABS), a população brasileira está dormindo menos: de 6,6 horas por dia em 2018 passou a 6,4 horas por dia em 2019.
Segundo a médica diretora da Higia Clinic, Márcia Simões, a sensação de que a noite foi mal dormida ocorre quando o organismo não recebe os estímulos necessários para a produção do hormônio responsável pelo sono reparador – a serotonina, que, à noite, com a ajuda de enzimas, transforma-se em melatonina. “Sem ela, o corpo não consegue relaxar adequadamente, o que influencia em todas as atividades do organismo ao longo do dia”, afirma.
Márcia indica alguns alimentos que contribuem para a produção dos hormônios do sono e, consequentemente, uma noite bem dormida. “Vegetais como a abóbora, agrião, alface, alho, berinjela, beterraba, brócolis, cebola, cenoura, chuchu, champignon, couve-flor, espinafre e pepino, além de carnes, ovos, e frutas, como o abacate, abacaxi, banana, caqui, carambola, coco, figo, goiaba, laranja, maçã, mamão, manga, melancia, morango, pera e pêssego são alimentos essenciais para a produção desses hormônios e também para uma alimentação balanceada, mantendo o peso sob controle e a saúde em dia”, indica.
Existem quatro fases do sono. A primeira é a transição entre estado de atenção e sono e corresponde a 10% da noite. Na segunda, acontece a diminuição dos ritmos cardíaco e respiratório, relaxamento dos músculos e início dos sonhos e corresponde a 45% da noite. A terceira é marcada pela queda no metabolismo, mais diminuição dos ritmos cardíaco e respiratório e corresponde a 25% da noite. A última, conhecida como fase REM – sigla em inglês para “Rapid Eye Movement” – movimento rápido do olho, é a fase do sono profundo, em que ocorrem os sonhos. “Nela, há descargas de adrenalina, o coração bate mais rápido e a pressão arterial passa por picos. Corresponde a 20% da noite”, lembra a médica.
Segundo a ABS, 73 milhões de pessoas sofrem de insônia no país. “A dica é se afastar dos eletrônicos e baixar a produtividade pelo menos uma hora de se deitar, estar bem alimentado e eliminar o máximo de iluminação e ruídos”, lembra. “A falta de sono pode ocasionar diversos problemas, como irritação, desvio de concentração, irritabilidade, sintomas muito similares aos da depressão, entre outros”, completa.