Engenharia social: entenda as técnicas aplicadas em golpes financeiros
Já se foi o tempo em que golpes financeiros eram realizados somente por e-mails mal escritos ou ligações de falsos sequestros. Atualmente, a estratégia de persuasão da conhecida engenharia social tem se aprimorado tanto que identificar um golpe se tornou cada vez mais difícil. Só neste ano já ocorreram mais de 1,6 milhão de tentativas de golpes online – são 17 mil por dia, segundo a Psafe, empresa de segurança digital. O especialista em renda variável da Me Poupe!, Eduardo Mira, listou alguns dos golpes mais famosos e dicas valiosas para nunca mais cair neles.
FALSO MOTOBOY
O golpe do falso motoboy é um clássico da engenharia social. Ele consiste em um infrator que, se passando por um funcionário de banco, liga para o consumidor informando que existe um cartão clonado e que por este motivo, irá mandar um funcionário para retirar o cartão verdadeiro e com ele, a senha. Por mais simples que pareça, se proteger deste golpe pode não ser fácil para todos: a dica de Mira é NUNCA entregar um cartão físico para ninguém! Se ele for clonado, o banco irá cancelá-lo e, em hipótese alguma, enviará alguém para buscá-lo.
EXTRAVIO DE CARTÃO
Mesmo que envolva certo tipo de fraude financeira, ligada diretamente às instituições, este golpe também se utiliza da engenharia social. Ele acontece quando criminosos interceptam uma remessa de cartão e entram em contato com o cliente, se passando por um agente autorizado, que o persuade a compartilhar a senha. O método tem evoluído bastante e atualmente, ao invés de pedir a chave de acesso, de maneira falada, pedem para que seja digitado, exatamente como fazem os grandes bancos. Para estes casos, deve-se evitar acreditar ou levar adiante qualquer ligação que venha de forma ativa de uma instituição financeira. Se necessário, desligue e retorne contato direto com a central oficial de atendimento.
PHISHING
Significando pescaria, este é um dos golpes mais famosos da atualidade, se não o mais aplicado. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), este tipo dobrou de 2020 para 2021. Ele consiste na captura de dados a partir de e-mails, SMS ou até mesmo mensagens via Whatsapp. Mas como funciona? Os criminosos espalham mensagens se passando por instituições financeiras ou até mesmo grandes lojas e e-commerces com promoções atrativas para que um cadastro seja atualizado ou uma compra feita. Em um texto ou site, muito bem elaborado, sempre existe um link malicioso, que quando clicado, dados são fornecidos aos criminosos – em caso de compras, até mesmo os do cartão. Neste caso, o benefício da dúvida é a solução: desconfie sempre que receber links ou produtos muito baratos. Confira sempre o endereço de e-mail do remetente ou site da loja em questão. Todo cuidado é pouco.
Mais de 20 milhões de pessoas caíram no golpe do WhatsApp clonado no ano passado. Isso significa cerca de 10% da população brasileira. Estas fraudes são uma evolução dos golpes telefônicos. Por meio de um link ou até mesmo uma ligação, os fraudadores ligam para confirmar o código de segurança que acaba de chegar via mensagem – essa solicitação pode se aproveitar de um tema tão atual como até mesmo uma falsa promessa de cadastro para vacina contra covid-19. Após a confirmação, o Whatsapp é clonado e a partir daí, alguém se passando pelo verdadeiro dono distribui mensagens pedindo dinheiro para uma urgência. Com a chegada do PIX, tudo pode acontecer ainda mais rápido, pois a boa vontade de amigos e parentes é o que torna o golpe eficaz. Para se precaver, sempre opte por não acreditar em solicitações de transferências, mesmo que já tenha acontecido algum dia. Ligue para quem está pedindo, faça uma chamada de vídeo, confirme o que está acontecendo antes de acabar caindo em um golpe destes.