Em tempos de covid-19, pacientes com epilepsia ganham nova opção de tratamento com programação automática
A vida de um paciente com epilepsia pode ser repleta de limitações, principalmente nos casos em que os medicamentos não funcionam e os sintomas da doença – como perda da consciência, fortes contrações musculares, tremores pelo corpo e quedas abruptas – acontecem frequentemente. Esse era o caso de Marina dos Santos Nascimento, de apenas 11 anos: diagnosticada aos três anos e nove meses, a garota sofria com crises semanais que foram evoluindo para problemas diários e inesperados.
A mãe da pré-adolescente, Vânia Nascimento, de 35 anos, conta que a filha chegou a ter 35 episódios de crises por dia, chegando até mesmo a perder os movimentos do lado direito do corpo por duas semanas. “Para piorar, nenhum remédio funcionava. Nós, da família, tentávamos dar o máximo de suporte possível, mas o caso da Marina era tão sério que passou a afetar não só sua saúde, mas também outras áreas de sua vida, incluindo a escola. Ela parou de brincar e seu rendimento escolar passou a ficar cada vez mais comprometido”, lembra Vânia.
Felizmente, o quadro de Marina conseguiu ser controlado depois da menina ter sido submetida a um tratamento cirúrgico pouco invasivo e eficaz. A técnica consiste na colocação de um dispositivo metálico, que funciona como um gerador de energia semelhante a um marcapasso, no tórax, embaixo da pele. Esse gerador transmite pulsos elétricos a três eletrodos que são colocados no nervo vago, situado no pescoço do doente, o que permite que os estímulos cheguem ao cérebro. Para Marina, isso significou vida nova: as crises foram praticamente reduzidas a zero. Segundo Vânia, a última crise aconteceu em dezembro.
Agora, o tratamento da garota deve trazer resultados ainda mais animadores. No último mês ela foi operada para a substituição do antigo gerador por um modelo de última geração, o SenTiva, sendo a primeira paciente a usar essa nova tecnologia no Brasil. Uma grande vantagem é que as visitas ao médico não precisarão ser tão frequentes, pois com a nova tecnologia os médicos podem programar com segurança várias etapas terapêuticas em uma única visita ao consultório. Assim o gerador aumentará gradativa e automaticamente a terapia, sem a necessidade de o paciente retornar a uma consulta médica exclusiva para isso. A programação guiada do gerador pode ser muito útil, uma vez que muitos pacientes com epilepsia não conseguem se deslocar com facilidade. Além disso, em situação de pandemia e com frequentes lockdowns, é importante que o paciente fique em casa. Esse recurso também pode permitir que o paciente atinja uma dosagem-alvo mais rapidamente.
Tecnologia de última geração para o tratamento de pacientes com epilepsia
A LivaNova, empresa de tecnologia médica líder de mercado, acaba de lançar no Brasil seu mais inovador sistema de estimulação do nervo vago (“VNS Therapy”) composto pelo gerador SenTiva® e um sistema de programação de última geração para o tratamento de pacientes com epilepsia resistente a medicamentos.
O SenTiva recebeu a aprovação da Anvisa em outubro do ano passado e já havia recebido a aprovação dos órgãos reguladores dos Estados Unidos, o FDA, em 2017, e da Comunidade Europeia em 2018.
O gerador SenTiva oferece a menor e mais leve terapia responsiva à condição clínica do paciente com uma série de novos recursos avançados para o tratamento de pacientes com epilepsia resistente a medicamentos. SenTiva é o único dispositivo de seu tamanho que inclui o Modo AutoStim, também conhecido como Modo de Resposta a crises de epilepsia, que é projetado para detectar convulsões e administrar automaticamente um estímulo adicional. O gerador também foi projetado para coletar e registrar eventos como a posição do corpo do paciente e as variações da frequência cardíaca.
O sistema de programação de última geração inclui um pequeno tablet e um aparelho para detecção dos dados do gerador sem fio, compatível com o gerador SenTiva e todos os geradores de terapia VNS da LivaNova. Quando combinado com a tecnologia inteligente do SenTiva, o Sistema de Programação oferece várias opções avançadas e torna o tratamento mais fácil e eficiente por meio de recursos personalizados para atender a necessidade de cada paciente.
“O gerador SenTiva e o novo sistema de programação representam um avanço no tratamento da terapia VNS para pacientes com epilepsia resistente a medicamentos em todo o mundo”, disse Celso Freitas, diretor médico da LivaNova. “O novo sistema de terapia VNS é mais simples de usar, facilitando o tratamento da epilepsia resistente a medicamentos. O gerador SenTiva e o sistema de programação trabalham juntos para permitir que os médicos obtenham resultados importantes com confiança, por meio de tecnologia inteligente e personalizável. Depois de um lançamento bem-sucedido nos EUA e na Europa, esperamos ver os pacientes brasileiros se beneficiarem de nossos avanços tecnológicos mais recentes.”
Novos recursos
- Programação guiada: a tecnologia avançada permite que os médicos administrem com rapidez e confiança um tratamento comprovado de modo simplificado.
- Programação agendada: os médicos podem programar com segurança várias etapas terapêuticas em uma visita ao consultório; o gerador aumentará gradativa e automaticamente a terapia, sem a necessidade de o paciente retornar a uma consulta médica exclusiva para isso. A programação guiada pode ser muito útil, uma vez que muitos pacientes com epilepsia não conseguem se deslocar com facilidade. Esse recurso também pode permitir que o paciente atinja uma dosagem-alvo mais rapidamente.
- Programação dia-noite: os médicos têm flexibilidade incomparável para personalizar a terapia seguindo as diferentes necessidades de seus pacientes em horários específicos, seja dia ou noite.
“Os novos recursos ajudarão a melhorar a qualidade de vida geral dos pacientes, tornar a terapia VNS mais fácil de usar e agregar valor ao sistema de saúde. Um ponto fundamental é que o novo gerador dispensa seguidas visitas ao médico para ajustes, já que possibilita a programação antecipada das etapas seguintes, e isto é de extrema importância, principalmente em épocas de pandemia”, afirma a neurocirurgiã Alessandra de Moura Lima, que realizou o implante de Marina – o primeiro implante do SenTiva no país – em Abril.
Vânia, mãe da menina, conta que desde que a filha usa a terapia VNS suas convulsões pararam, e que a inovação de programação que o novo gerador traz facilitará sua vida. “Sempre que levava minha filha ao médico para reajuste tinha que me ausentar do trabalho, e minha filha da escola, e essa nova função nos ajudará bastante”, afirma.