Cirurgia Endoscópica da Coluna Lombar entra no Rol da ANS

A cirurgia endoscópica da coluna lombar agora tem cobertura dos planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou dia 24 de fevereiro deste ano a Resolução Normativa (RN) nº 465/2021, que atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Com isso, estão definidos os novos exames e tratamentos que passam a fazer parte da lista obrigatória dos planos de saúde, entre eles, a endoscopia da coluna lombar, realizada pelo médico neurocirurgião Marcelo Amato desde 2013. A medida começou a vigorar dia 1º de abril e é válida para os beneficiários de planos de saúde contratados a partir de 02 de janeiro de 1999, os chamados planos novos, e para os usuários de planos contratados antes dessa data, mas que foram adaptados à Lei dos planos de saúde.

Apesar da ANS ter aprovado a cirurgia endoscópica de coluna apenas para hérnia de disco lombar, a técnica é utilizada para todos os segmentos da coluna e para diversas doenças da coluna que causam compressão dos nervos, como osteófitos (bico de papagaio), estenoses, cistos e tumores, além das hérnias de disco em outras regiões além da coluna lombar, como a coluna cervical e torácica.

É utilizado um endoscópio associado a uma câmera pelo qual o neurocirurgião acessa o local, remove a hérnia de disco ou outra lesão, e descomprime as estruturas neurais, com dano mínimo às estruturas da coluna, preservando ao máximo as articulações, ligamentos e musculatura, através de uma incisão de 0,8 a 1 cm, que é fechada com um ponto e recebe um pequeno curativo.

Como o procedimento é simples e exige apenas um corte pequeno, o trauma cirúrgico é mínimo e a recuperação é extremamente rápida. O paciente geralmente é operado e vai para casa no mesmo dia da cirurgia. Assim, reduz-se o tempo de afastamento do trabalho, sendo este um objetivo da ampliação da cobertura pelos planos de saúde.

“Na endoscopia, o olho do cirurgião vai para dentro do paciente através do endoscópio, exatamente onde está o problema. Na cirurgia convencional, o paciente precisa ser aberto e aí, pode-se não usar magnificação nenhuma, ou então o método de magnificação pode ser uma lupa, um microscópio ou até mesmo um endoscópio. Neste último caso, a cirurgia também leva o nome de endoscopia, porém de endoscopia assistida. A cirurgia endoscópica da coluna a que nos referimos, é feita com irrigação, como em uma artroscopia de joelho ou de outra articulação, e tem também o nome de “endoscopia total” para diferenciar dessa outra técnica. A visão do problema é melhor, e portanto, mais confortável para o cirurgião, mais seguro e eficaz para o paciente”, explica o médico neurocirurgião Dr. Marcelo Amato.

 

Dados brasileiros

Problemas na coluna são a 3ª causa de aposentadoria por invalidez no Brasil, de acordo com o INSS, e requer mais tempo para ser descoberto pela Previdência Social. A entrada da endoscopia de coluna assim como de outras técnicas avançadas de tratamento das doenças da coluna no Rol da ANS pode trazer economia significativa para a Previdência, ao tratar os pacientes de forma mais rápida e eficaz, permitindo menor tempo de afastamento e reduzindo os pagamentos de auxílio-doença e aposentadorias antes da idade limite.

O neurocirurgião especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de coluna acredita que os pacientes irão se beneficiar bastante com a entrada dessa cirurgia no Rol da ANS: “A procura pelo procedimento está crescendo e, provavelmente, continuará até que não se fale mais em cirurgia convencional/aberta para algumas doenças da coluna, como hérnia de disco. As pessoas entenderão que a cirurgia endoscópica está para a coluna assim como a artroscopia está para o joelho, por exemplo. Além disso, com a entrada no Rol da ANS, ficará mais acessível a todos. Antes, muitos pacientes acabavam tendo que pagar particular porque não a conseguiam pelo convênio”.

 

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