Apartamentos de solteiro e casal: arquiteta Júlia Guadix explica as diferenças na decoração de cada perfil de família

Neste apartamento compartilhado por um casal, Júlia segmentou as áreas e trouxe mais privacidade para home office, salas e quarto. Usou divisões sutis e leves para não atrapalhar a integração nem a passagem de luminosidade | Foto: Guilherme Pucci

 

Conhecer o perfil dos moradores e mergulhar no lifestyle e dia a dia deles é o ponto de partida de cada projeto assinado por Júlia Guadixsócia do escritório Liv’n Arquitetura. Embora muitas soluções sejam semelhantes, há algumas diferenças e peculiaridades nas moradias habitadas por solteiros e casais. Geralmente, o apartamento de solteiro apresenta menos cômodos, tem a possibilidade de deixar as áreas mais amplas e integradas, abrindo mão da privacidade, já que apenas uma pessoa irá viver no local”, exemplifica a arquiteta. Para um casal, a diferença está justamente no espaço disponível e nnecessidade de mais privacidade.

“Mudam-se, principalmente, as dimensões de cozinha, banheiro, quarto, área de armazenamento – alguns itens precisam ser duplicados para atender às necessidades dos dois”, completa. 

Para a arquiteta Júlia Guadix, os pontos díspares também são visíveis na decoração. “Quando estamos fazendo uma morada de solteiro, normalmente temos apenas uma pessoa para agradar, então é uma única opinião. Somente em certos casos algum parente, pai ou mãe, também opina”, revelaNo apartamento de casal temos que chegar em um meio termo pra agradar os doisNem sempre os casais chegam alinhados. Nestes casos, precisamos ir ajudando-os a se comprometerem a ceder um lado e ganhar em outro”, comenta a arquiteta. 

Muitos pensam que a decoração de um apartamento de solteiro é mais fácil, mas Júlia ressalta que não é bem assim. “Muitas vezes, ele ainda não sabe o que quer, então não é necessariamente mais simples desenvolver o projeto, pois depende muito da pessoa, de como ela é e de como ela se comporta”, continua. A arquiteta ainda acrescenta que é fundamental saber escutar qual é a dor do cliente, separando quando ele está fazendo uma solicitação ou reclamação e entendendo o que realmente é necessário em cada espaço. 

Em um apartamento de casal, convém pensar nos momentos a dois e nos particulares, já que a individualidade é fundamental pra saúde de uma relação. Temos que pensar que cada um tem que ter seu momento de privacidade. Hoje em dia, é imprescindível ter dois pontos de home office, espaço individuais para guardar roupas, sapatos e, muitas vezes, a cozinha para um casal tem que ser mais equipada. Já os solteiros, tanto homens como mulheres, optam por ambientes mais compactos, porém aconchegantes, com algumas táticas de decoração”, afirma Júlia Guadix. 

Para dois, a sala de tons neutros e sóbrios agradou às preferencias do casal. Projeto da Liv’n Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

 Em alguns imóveis, optar pela cozinha americana ou unir living e sala de jantar é uma boa pedida para quem tem pouco espaço, tanto para casais como para quem mora sozinho. “É excelente para quem costuma receber visita ou faz pequenas reuniões com os amigos e familiares, pois a falta de divisão dos cômodos permite que anfitrião reúna seus convidados em uma única área. Tudo isso sem precisar acomodá-los em ambientes diferentes e ficarem muito afastados um dos outros”, explica Júlia. 

Em apartamentos menores, todos os móveis precisam ser bem escolhidos e distribuídos para que os espaços sejam aproveitados ao máximo. Neste caso, alternativas feitas sob medida são boas opções para o solteiro que não gosta de estar sempre mudando a mobília de lugar. Com isso, a melhor saída é investir em peças práticasque economizem espaço. 

Os casais têm a liberdade de escolher tanto móveis sob medida quanto os prontos, basta ter a criatividade para encaixar cada peça em seu devido lugar. Como normalmente os apartamentos de casais são maiores, o número de móveis também pode aumentar para preencher melhor os espaços. 

“Eu, particularmente, acredito que as diferenças vão muito de pessoa para pessoa e não necessariamente se tem um companheiro ou não. Meu trabalho, por exemplo, é bem personalizado e individualizado, preciso estudar bem a demanda de cada casal ou cada morador e pensar nas diferenças que sempre existem”, finaliza a arquiteta. 

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