Cresce o número de crianças infectadas pelo coronavírus

De janeiro até hoje, o número de crianças infectadas pelo coronavírus subiu 150% em relação aos 10 meses do ano passado, quando teve início a pandemia. O aumento exponencial ocorreu devido à maior exposição delas e também dos pais, que acabam sendo os agentes transmissores do vírus intrafamiliar. As informações são do médico cooperado da Unimed Curitiba, o infectologista pediátrico, Victor Horácio de Souza Costa Junior, vice-diretor clínico do Hospital Pequeno Príncipe, o maior centro de referência pediátrica do Paraná.

Do total de casos no mundo de infectados por coronavírus, 5% são crianças. No Paraná, registros mostram que cerca de 700 crianças foram infectadas no ano passado, com 12 mortes. Atualmente, 11 crianças estão internadas no Hospital Pequeno Príncipe com COVID-19, entre eles dois bebês recém-nascidos, com 7 e 20 dias.

“Sempre que aumentar o número de adultos infectados teremos um aumento de casos em crianças. As famílias estavam mais isoladas em casa no ano passado. A partir das festas de fim de ano, encontros familiares e viagens de férias, começou um afrouxamento no comportamento e os pais e filhos acabaram ficando mais expostos ao vírus”, comenta o pediatra Tony Tannous Tahan, médico cooperado da Unimed Curitiba.

Mesmo fatal em alguns casos, o médico afirma que a expressão clínica da doença é menos grave nas crianças, mas que os pais precisam estar atentos. “As crianças têm, no geral, menos comorbidades que os adultos, o que contribui para um padrão mais leve da doença. Mesmo assim, ao menor distúrbio respiratório, como tosse, coriza ou irritação na garganta, que são sintomas suspeitos de covid-19, os pais devem entrar em contato com o pediatra ou levar para uma avaliação em pronto-atendimento”, alerta.

Segundo os médicos especialistas, os meses de março e abril serão os piores desde que a pandemia foi anunciada há um ano porque o vírus está com circulação ativa na cidade e tornou-se mais transmissível e com perfil de maior gravidade na população jovem. Por este motivo, eles defendem que os cuidados sejam redobrados enquanto a situação não estiver sob controle e a curva da doença esteja em descida.

Tahan lembra que o uso da máscara deve ser incentivado entre as crianças também, mas nas que conseguem manipular corretamente a proteção. “Crianças menores de dois anos de idade, por exemplo, não têm discernimento e maturidade para evitar levar as mãos na máscara e depois levar aos olhos. E não saber usar a máscara é mais perigoso e tem mais risco de contágio do que não usá-la. Entre dois e cinco anos de idade, o uso precisa ser supervisionado pelos pais. A partir dos 5 anos, passa a ser obrigatório de forma autônoma”, explica o especialista.

Outro cuidado indicado pelo médico é que a criança evite contato muito próximo com parentes de mais idade, como avós. Qualquer adulto contaminado deve manter o isolamento doméstico rigoroso, sem qualquer contato com os filhos, à exceção de mães que amamentam, estas sempre devem estar de máscara. “O isolamento respiratório, também chamado de quarentena, é fundamental para que o vírus não se propague dentro de casa”, finaliza.

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