Especialista explica como os filtros das redes sociais estão potencializando a busca por procedimentos estéticos

Os filtros das redes sociais se tornaram febre no mundo desde a moda lançada pelo Snapchat. Atualmente, o Instagram traz milhares de opções e até permite que seus usuários também criem seus próprios efeitos, que vão desde brilhos até intervenções estéticas, como os que alteram o formato do rosto, boca, nariz e cor dos olhos. Com a quarentena, os filtros ganharam ainda mais usuários e,  atualmente, os principais influenciadores têm seus próprios filtros, criados exclusivamente para seus seguidores se sentirem mais próximos.

Com esses filtros, muitas pessoas, especialmente as mulheres, tiveram a chance de enxergar alguns desconfortos e passaram a buscar procedimentos estéticos que ajudassem a resolver essas questões.

“Os filtros realmente viraram uma febre e cada vez mais temos recebido pacientes que buscam procedimentos para melhorar alguns incômodos e que os filtros deram a possibilidade de se verem de forma diferente. As buscas variam de procedimentos menos invasivos, como botox, até cirurgias, como a rinoplastia”, explica o CEO da Academia da Pele, uma startup criada para revolucionar e democratizar o autocuidado, Dr. Eduardo Kanashiro, que também é Cirurgião Plástico e membro  titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

O impacto dos filtros tem sido tão grande, sobretudo nos brasileiros, que o Brasil lidera o ranking mundial de procedimentos estéticos nos jovens de 13 a 18 anos. Uma pesquisa feita em 2019 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), mostra que nos últimos 10 anos houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens nessa faixa etária.

“A geração mais jovem tem sido cada vez mais recorrente no consultório, buscando tratamentos que ajudem no resgate da autoestima que fica tão afetada que chega a impactar na sociabilidade e até mesmo na saúde mental dos jovens”, conta Dr. Eduardo.

O médico ainda reforça que desconfortos e inseguranças são comuns ao ser humano, especialmente às mulheres que ainda se sentem pressionadas com padrões de beleza impostos pela sociedade ao longo do tempo, mas que é preciso uma avaliação cautelosa e muito humanizada por parte do médico para entender se o paciente não está se olhando de maneira distorcida. Nesses casos, pode ser que a pessoa sofra do Transtorno Disfórmico Corporal, que é quando o indivíduo tem um distúrbio de imagem e precisa também de ajuda psicológica.

“Outra questão que tem sido muito comum nos nossos atendimentos é o fato do paciente trazer imagens de celebridades ou com a aplicação dos filtros e pedir um resultado igual. É importante lembrar que cada pessoa tem suas características e não há uma regra de procedimentos e resultados. Por isso, é fundamental uma avaliação criteriosa do médico para alinhar com o paciente as expectativas em cima das suas características corporais. Não é uma questão de fazer ou não o mesmo procedimento que a celebridade, mas sim, o fato de que para garantir um resultado natural e harmônico, precisamos considerar toda a individualidade do paciente”, completa o Cirurgião Plástico.

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