Datafolha identifica que 38% dos homens brasileiros já tiveram algum problema de ereção
Em algum momento da vida é possível deparar-se com problemas sexuais. Mas qual a dimensão disso na população masculina, ainda tão marcada pelo tabu em torno do tema? Pensando nisso, a Omens, healthtech especializada em saúde sexual masculina, encomendou ao Datafolha uma pesquisa com 1.813 homens de diversas condições econômicas, idades e regiões do país para entender melhor a questão.
“O fato de se deparar com um desses distúrbios causa muitos efeitos nos homens. Desde uma insatisfação grande com sua vida sexual até problemas de autoestima, insegurança e frustração”, afirma o Dr João Brunhara, urologista pela Faculdade de Medicina da USP
Além das dificuldades com a ereção, um dos pontos mais comentados foi a questão do controle da ejaculação, enfrentada por pelo menos 48% dos participantes.
De acordo com os resultados, mais de um a cada três brasileiros (38%) dentre os que afirmaram ter tido alguma relação sexual nos últimos 24 meses alegou ter enfrentado algum problema de disfunção erétil.
As causas podem ser muitas
Enquanto 39% dos homens acima dos 60 anos de idade sofrem regularmente de disfunção erétil, a idade não é o único fator. De acordo com a pesquisa, 67% daqueles que relataram ter disfunção erétil nos últimos dois anos declararam sofrer também de estresse regular, e 13% disseram usar antidepressivos.
Além disso, muitas vezes, a idade pode ser um fator importante para o surgimento de dificuldades em ter ou mesmo manter uma ereção. Independentemente disso, a pesquisa evidencia uma alta presença da disfunção erétil em jovens – 38% na faixa etária de 18 a 35 anos dos que tiveram relações sexuais nos últimos dois anos.
Dentre aqueles que se declaram homossexuais e tiveram relações sexuais nos últimos 24 meses, 43% informaram ter passado por problemas de disfunção erétil nesse período, número maior se comparado à média geral (38%).
Tabu afasta busca por tratamento
Ainda hoje a discussão sobre a disfunção erétil é um tabu para muitos homens, segundo o Dr Brunhara. E a pesquisa captou isso: 60% dos respondentes que já tiveram algum problema de ereção não falaram sobre o assunto com ninguém. Por outro lado, 55% dos homens declararam que pensam nesses problemas no seu dia a dia, mostrando ser uma situação estrutural, que causa principalmente os sentimentos de decepção (44%), vergonha (43%) e insegurança (40%).
A situação se mostra ainda mais complicada ao ver que 13% destes homens já deixaram de fazer sexo para esconder algum desses problemas. Soma-se a isso o fato de que um em cada quatro homens com disfunção erétil declarou que o problema afetou seu relacionamento. Entretanto, em 35% dos casos, o(a) parceiro(a) tentou amenizar a situação, demonstrando entendê-la. Essa compreensão se mostra maior entre aqueles de 35 a 70 anos (42%) do que entre os mais jovens (29%).
O tabu mais uma vez se mostra presente quando vemos que 64% daqueles com problemas de disfunção erétil nunca procurou um especialista de saúde. Os motivos giram em torno principalmente da vergonha, do constrangimento, e de um receio criado por um imaginário popular, por não saber, de fato, como seria a consulta. Dentre aqueles que buscaram um especialista de saúde, os mais procurados foram urologistas (15%) e clínicos gerais (13%), seguidos por sexólogos (8%) e psicólogos (7%).
Há, porém, interesse pelo tratamento
Os homens querem melhorar suas vidas sexuais. Um indicativo disso é que 76%, dentre todos os entrevistados, já buscaram substâncias ou estímulos para garantir uma ereção mais forte ou duradoura, sendo o estímulo mais procurado (56% das vezes) os vídeos ou imagens pornográficas.
Quanto aos medicamentos, 72% dos entrevistados aceitariam tomar algum remédio após indicação médica, lembrando que 64% dos entrevistados com problemas de disfunção erétil nunca procurou um especialista de saúde, mostrando a discrepância entre a necessidade e vontade de consultar um médico e a realidade do tratamento.
Aqueles que disseram que não usariam declararam ser por medo de efeitos colaterais (29%) e falta de confiança nessas substâncias (19%). Enquanto isso, dentre os que disseram que fariam o uso de remédios, alguns dos principais motivos foram melhorar o desempenho sexual (42%), ter uma ereção mais forte e duradoura (39%) e por curiosidade (39%).
Ao clicar nos links, você pode encontrar a entrevista do médico urologista João Brunhara, idealizador da pesquisa, sobre os resultados. Acesse aqui a pesquisa completa realizada pela Datafolha.