Sucessão familiar empresarial
A empresa familiar é aquela se origina na família e mantém um vínculo histórico, ou seja, os membros da família fazem parte e interagem com a administração e organização da empresa.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 90% das empresas em território nacional possuem perfil familiar. Essas empresas chegam a representar cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e são responsáveis por empregar 75% dos trabalhadores do país. Entretanto, apenas 30% delas sobre vivem à primeira geração e 5% a terceira geração. Perante essas informações, ter um plano de sucessões é imensamente importante para que as empresas se mantenham competitivas ao longo do tempo.
As principais causas de encerramento de empresas familiares são a má gestão, falta de organização na hora de administrar conflitos, além da falta de planejamento sucessório.
A rotina corrida muitas vezes faz com que os gestores foquem em atividades pontuais sem se lembrarem das estratégias do negócio. É preciso lembrar que ao atingir certo patamar de crescimento é indispensável se pensar no aprimoramento de gestão da empresa e na organização societária.
É fundamental que haja um planejamento com o objetivo de organizar e conciliar os interesses dos membros da família ao redor da empresa, fazendo com que as desavenças pessoais fiquem de lado, e sempre focar na condução dos negócios. Mesmo que o planejamento sucessório seja um trabalho longo e um pouco cansativo ele é essencial, seu objetivo é diminuir o impacto da saída do proprietário, ele protege o negócio das mudanças que ocorrerão e prepara a empresa para o avanço.
Este processo envolve muitas questões emocionais, é comum casos onde as famílias entram em conflitos. Deste modo o procedimento necessário para a sucessão familiar é que o mesmo seja feito com o acompanhamento de um advogado, para que os ricos diminuam e haja uma melhor organização dos planejamentos.
Alguns requisitos são essenciais para se ter uma boa sucessão, como garantia de que o herdeiro esteja pronto para dar continuidade a todo trabalho que o fundador conquistou e planejou. Sua preparação e envolvimento antecipado na empresa são de extrema importância para que os colaboradores não o vejam como filho ou filha do dono ou alguém que está ali apenas por ser privilegiado, mas sim por ser um bom gestor.
Com a falta de um bom planejamento sucessório o falecimento do dono da empresa pode fazer com que ao efetuar o inventário vários herdeiros integrem a sociedade ocasionando vários conflitos de interesses que acabam levando ao seu fechamento. Nessas ocasiões, torna-se questão de tempo a venda ou a falência do negócio.
O planejamento equivale à elaboração de etapas que deverão ser ajustadas com o tempo considerando o cenário do mercado e o seu modelo de negócio. Além do mais, o proprietário da empresa e seu sucessor precisam estar alinhados, respeitando-se sempre e somando o melhor de cada para uma excelência dessa transição do negócio.
Algumas questões importantes a se refletir são: Quando ocorrerá a transição? Quem será o próximo sucessor? Como sucederá esse processo? Quem são os membros da família que poderão integrar a administração da empresa? Quem pode e quem não pode fazer parte da empresa? Como serão avaliados? Haverá pagamento? Quais as suas responsabilidades?
A sucessão de uma empresa familiar é um assunto um tanto quanto complexo que abrange diversas variáveis, diante disto é fundamental encarar esta situação como um processo. Ter um planejamento com antecedência é essencial para que tudo decorra conforme a organização planejada com todas as etapas concluídas. Ou seja, deve ser feito com antecedência antes que aconteça uma urgência.
Dra. Danielle Corrêa é advogada desde 2007, com pós-graduação em Direito de Família e Sucessões. Membro da OAB-SP e do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).
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