Padrão de beleza inatingível: Fotógrafo internacional faz críticas ao excesso de Photoshop e filtros nas fotos de celebridades

Desde a popularização das redes sociais, há um debate sobre o poder de controle do corpo que essas ferramentas possuem, ao criar padrões de beleza totalmente inalcançáveis e consequentemente oprimir e escravizar milhares de mulheres durante essa busca pela autoaceitação. No Brasil, esse debate passou a ser mais discutido no ano passado durante a quarentena onde houve um aumento significativo no uso de internet.

Um estudo da consultoria Kantar no início da pandemia em 2020, com dados de mais de 25.000 pessoas em 30 mercados entre os dias 14 e 24 de março, indica que Facebook, WhatsApp e Instagram tiveram um crescimento de cerca de 40% no período. Se por um lado, o aumento do uso da internet incentivou a realização de cursos online e também debates sobre assuntos sociais, por outro, o consumo de imagens que podem ter sido alteradas digitalmente fez muitos profissionais da indústria ficarem cada vez mais preocupados com o rumo dessa “dismorfia das redes sociais”.

Para o fotógrafo internacional Glauber Bassi, conhecido por trabalhar com grandes estrelas e fazer ensaios para os principais veículos, a internet segue criando e reforçando padrões de beleza inexistentes.

“O poder da influência através das mídias sociais vem aumentando cada dia mais. Penetrando na cabeça da sociedade uma beleza platônica que não existe, tornando a maior parte da população escravos da indústria de beleza. Portanto, isso é um problema que devemos resolver”, ressaltou.

“É preciso desconstruir essa imagem inatingível que a nova geração “internet” impõe e enxergar que isso é muito prejudicial, podendo gerar muitos fatores de riscos para uma pessoa, como: transtornos mentais, depressão ou até mesmo investir em cirurgias de riscos”, continuou Glauber.

Ele ainda aproveitou para ressaltar a importância de evitar consumir conteúdos de artistas, influenciadores ou profissionais que seguem buscando controlar e reprimir a diversidade feminina.

“Eu, como fotógrafo, posso dizer que todas as mulheres têm a sua especialidade, tornando-as encantadoras de um modo diferente, com as suas histórias, forças e fraquezas. E está tudo bem! Pois é normal, o que não é normal é idealizar: artistas, famosos, blogueiras neste mundo social onde existe aplicação, filtros e Photoshop”, completou.

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