Tempo cronológico x Tempo subjetivo: como a harmonia dos dois melhora a qualidade de vida?
Você já se pegou lembrando do passado e, subitamente, tendo a sensação que o tempo tem passado rápido demais? Saiba que isso é absolutamente normal, e, que, à medida que ficamos mais velhos, mais frequentemente temos a impressão que tudo está mais rápido.
Para a neuropsicóloga e psicanalista Leninha Espírito Santo Wagner, isso acontece pois, além de aumentarmos nossas responsabilidades e compromissos, também perdemos a ingenuidade e a inocência. “Passamos a ter a certeza que já atravessamos grande parte do nosso ciclo vital e que estamos seguindo rumo à finitude. Passamos a ter urgência em viver e aproveitar melhor o tempo”, explica.
Mas não é só a vontade de viver que nos faz ter a sensação de agilidade no tempo. Segundo a especialista, estamos vivendo a chamada Síndrome dos Novos Tempos. “Estamos sempre com pressa. Somos multitarefas e estamos
a todo instante competindo com o tempo cronológico do relógio”, detalha. “Essa pressa acaba gerando ansiedade e depressão, afinal, é uma luta inglória. O tempo como uma das maiores forças da natureza, reina soberano sobre nós. O que nos resta é harmonizar o tempo cronológico com o tempo subjetivo, fazer o melhor e não tentar fazer o impossível”, completa.
Leninha também destaca que o período pelo qual estamos atravessando, de pandemia e desejo de dias melhores, provoca uma vontade inconsciente de enganar o tempo, como se nosso organismo pudesse projetar a realidade que estamos vivendo agora para um futuro mais agradável.
“A esperança por melhores momentos ativa o desejo fantasioso de enganar o tempo. Mas a vida em seu percurso é um processo, o que devemos fazer é realizar ações positivas. A virada dos dias ou do ano são apenas marcadores cronológicos, o que vale é o tempo subjetivo que deve ser usado a favor das lições que nos oferecem, não nos erros que cometemos”, afirma.
Por fim, a especialista faz um alerta sobre os males que a ansiedade e o desejo de atropelar o tempo presente podem oferecer à saúde.
“O maior prejuízo é o desenvolvimento de doenças mentais, sintomas, síndromes, transtornos e doenças. Quem não tem saúde mental, não tem saúde alguma. Além do que, a imunidade tem um forte caráter emocional. Uma mente sã, resultará em um corpo saudável”, finaliza.