Você sabe o que acontece no nosso organismo enquanto dormimos?
Dormir bem é essencial para termos disposição, enfrentar nossa rotina diária e, em longo prazo, garantir uma boa qualidade de vida. O sono é um processo complexo, dividido em dois estágios denominados NREM (Movimento Não Rápido dos Olhos) e REM (Movimento Rápido dos Olhos). NREM inicia quando adormecemos (estágio 1), provocando diminuição da temperatura corporal e ritmo cardiorrespiratório (estágio 2). Ainda em baixa atividade cerebral, os estágios 3 e 4 caracterizam um nível de sono mais profundo, quando também ocorre a liberação do hormônio do crescimento, que dentre outras atividades, fortalece o sistema imune.
Já no estágio REM, de intensa atividade cerebral, temos o sono restaurador e também sonhamos. Durante este estágio, ocorre uma “faxina cerebral”, onde todas as informações que recebemos durante o dia são organizadas. Algumas informações são descartadas, enquanto outras são consolidadas na nossa memória. Por isso, é comum dormir pensando num problema e acordar com a solução no dia seguinte. Para termos um sono realmente reparador, é necessário que haja repetição do ciclo que engloba os estágios 2, 3, 4 e REM, em torno de 4 a 5 vezes.
Enquanto dormimos, em ausência de luz, produzimos a melatonina. Esta substância química, conhecida como hormônio do sono, auxilia no combate de doenças autoimunes e inflamatórias, estimula a memória, reduz níveis de estresse e tem papel importante na reposição de outros hormônios. A glândula pineal, responsável pela síntese da melatonina, não é capaz de ser ativada quando a retina capta sinais luminosos, por isso é importante zelar pela qualidade do estado de repouso.
Para auxiliar o descanso, é importante manter uma rotina diária de sono, procurando dormir e acordar sempre nos mesmos horários. Crie no seu quarto um ambiente que induza o sono, seja relaxante, escuro e silencioso, com temperatura agradável e roupas de cama confortáveis. Essa higiene do sono garante melhor qualidade do repouso. Procure evitar atividade física até 6 horas antes de deitar, ingestão de bebidas que contenham cafeína, alimentos de difícil digestão e uso de eletrônicos – como o celular. Todas estas atividades aceleram nosso metabolismo, além de aumentar a produção de neurotransmissores excitatórios, como a serotonina, que dificultam o adormecimento.
Pequenas mudanças de hábito podem influenciar grandemente na qualidade do sono, melhorar a produção de hormônios que auxiliam na manutenção de imunidade, além de revigorar energias para enfrentar os dias com maior disposição.
Isabel Christina Mignoni Homem – Professora da Estácio Curitiba