Você sabe o que é viver com paz de espírito?

Dia desses estava em casa, trabalhando, comida na geladeira, dinheiro para pagar os boletos, céu azul lá fora… Mas algo me incomodava. Liguei para uma amiga terapeuta e ela me disse: “Você está sentindo paz de espírito”.

Desliguei e o estranhamento continuou. Estava realmente tudo em paz. Tudo em ordem. E é justamente esse o incômodo de estar sem preocupações com as mil e uma desculpas e justificativas para agradar o outro. A solitude nos mostra coisas desse tipo, a paz de espírito.

Quem é você sem os seus problemas?

É você com você mesmo. E causa estranheza mesmo. Não estamos acostumados com a nossa companhia ou ficar sem “problemas”. Sempre é preciso inventar um para chamar de seu. Se não é o clima lá fora, que geralmente está o oposto do que desejamos, pode ser algo na aparência, aquele pneuzinho que, por mais que se insista na academia, teima em permanecer no culote. Ou então as rugas que já vão aparecendo. Ora, sinal de que você e eu vivemos, tivemos experiências.

A paz de espírito pode ser um estado interior a ser treinado. Mas muitas vezes estamos ocupados e “pré-ocupados” demais com o externo para parar por instantes, deixar a poeira assentar e nos sentirmos bem. A quietude nos leva a isso e, para quem é muito agitado, pode ser um dos primeiros passos a tomar.

A mente tagarela… e a gente dá ouvidos

Fiz por três vezes a experiência de meditação Vipassana. Um mergulho profundo no ser. E ali, naqueles dez dias de silêncio absoluto, a conversa da mente com a gente mesmo é intensa. Qual a primeira lição? Buscar aquietar a mente (eu particularmente acho impossível calar totalmente a mente… a não ser quando morremos!), mas tem gente que defende ser possível. Quem sabe.

Aquietar a mente é simplesmente capturar o momento em que ela começa a tagarelar e dizer para ela: “agora eu quero ficar em silêncio, você deixa por favor?”. Muitas vezes ela nos comanda e, cá entre nós, deixe que ela pense assim. Ela se vangloria disso.

Cada pensamento abre brechas para o bem e para o mal

No livro “Mais esperto que o diabo”, Napoleon Hill entrevista o “demo” e ele confessa: “Vivo onde quer que eu escolha. O tempo e o espaço não existem para mim. Sou uma força que, para descrever melhor para você, deve ser considerada como energia. Meu lugar físico favorito, como lhe falei, são as mentes das pessoas. Controlo uma parte do espaço do cérebro de cada ser humano. A quantidade de espaço que eu ocupo na mente de cada indivíduo depende do quanto e de que tipo de pensamento essa pessoa mantém em sua mente”.

Por isso, mais do que sugerir alguma dica para ter paz de espírito, o que posso dar como testemunho é a experiência própria de quem já foi muito perturbada pela mente e sempre precisava arranjar chifre em cabeça de cavalo, como dizem.

Por que é difícil ser feliz? Por que estamos sempre ansiando pelo futuro ao invés de viver o que se chama de presente? Por que já formulamos na nossa cabeça uma série de diálogos que nem aconteceram e podem nunca ocorrer? Por que nos adiantamos e deixamos de viver a paz de espírito hoje? Por que não ousamos nos conhecer? Por que a zona de conforto é tão segura?

Você escolhe se quer continuar na piscina

Para finalizar, deixo aqui uma mensagem que dia desses uma outra amiga terapeuta (estou cercada de terapeutas por conta da Consonare e acho maravilhoso!). Perdoe o palavreado, mas vou reproduzir ipsis literis o que ela disse. As pessoas estão acostumadas com a sua piscininha de merda! A merda é quentinha (zona de conforto), mas permanecer no conhecido muitas vezes pode parecer melhor do que sair da tal piscina.

E você: que escolha de vida faz? Continuar nadando nessa piscina ou resolver sair, limpar-se por dentro e por fora e encarar a vida fora da zona de conforto. Digo por experiência própria: a segunda opção traz muito mais paz de espírito. E é mais perfumada (rs).

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