Uma vida guiada por valores… Mas quais valores?

Você já ouviu falar que nossas decisões devem ser guiadas pelos nossos valores? Ou que uma vida vivida de acordo com nossos valores é uma vida bem vivida? Mas, afinal, que valores são esses?

Em primeiro lugar, todos nós possuímos nossos valores. Eles são criados a partir de nossa história de vida, nossas vivências, perdas e ganhos, todas nossas experiências e as experiências que foram passadas para nós de forma indireta, por meio da educação. Os nossos valores são diferentes de nossos objetivos – os valores são mais gerais e abstratos, e os objetivos são ações que podem ser alcançadas. Os valores são, portanto, direções que organizam nossos objetivos de forma que estes sejam coerentes com nossos desejos. É uma direção para todas as ações de nossas vidas. Por isso, os valores não são mudados facilmente, eles não variam de acordo com nosso humor, e dessa forma são mais permanentes que os objetivos.

Outro ponto importante é que nossos valores não são definidos pela lógica – por exemplo, nós não escolhemos nosso tipo de comida favorita racionalmente (pensando no custo ou no acesso), mas sim por uma história de vida provando diferentes pratos e selecionando os que mais trouxeram prazer. Ainda, os valores também não são definidos pelas pressões sociais, pelo o que é esperado de nós.

É o que existe de mais essencial em nós, independente do que é esperado. Agora que você já sabe o que são os valores… Como encontrá-los?

Para encontrar aquilo que existe de mais essencial em nós é preciso buscar em extremos. Quem já esteve em uma situação de extremo risco, como um avião em turbulência ou em um acidente de carro, sabe: nessas horas passa pela nossa cabeça aquilo que existe de mais essencial na vida. Para as pessoas que nunca estiveram em uma situação assim, é possível descobrir quais são os valores por meio de alguns exercícios. Esses exercícios de imaginação procuram retirar diversas camadas de nossas vidas, fazendo com que tenhamos que fazer escolhas baseadas no que existe de mais fundamental… E dessa forma chegamos aos nossos valores.

A maior parte desses exercícios é bastante simples, mas nos dizem muito sobre nós mesmos. Por exemplo: Quais seriam seus três desejos caso achasse uma lâmpada mágica? Quando temos que responder algo assim, podendo escolher qualquer coisa no mundo, mas somente três coisas, conseguimos extrair quais são nossos valores. Nossas escolhas, ainda que hipotéticas, dizem muito sobre o que existe de mais fundamental na vida. Ainda, se você soubesse que o mundo vai acabar em uma semana, o que escolheria fazer ao longo desse tempo?

Mais um exercício hipotético para extrair o que há de mais importante.

Para que nossos valores sejam reconhecidos de forma verdadeira é importante que esses exercícios sejam respondidos sem falar para ninguém, caso contrário, podem ser interferidos pelas pressões sociais. As respostas que você der para você mesmo vão mostrar o que existe de mais importante na vida. Uma vez que os nossos valores sejam reconhecidos, podemos usá-los como guias sempre que precisamos tomar decisões complexas que envolvam emoções e riscos. Afinal, nossas verdades, objetivos, amores e desamores mudam com o tempo, mas nossos valores são o que há de mais permanente e fundamental, sendo, portanto, o melhor guia para nossas decisões.

Marjorie Rodrigues Wanderley, psicóloga, professora da Estácio Curitiba, Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Paraná

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