Dia Mundial do Coração: Cuidar da saúde cardíaca é ainda mais importante durante a pandemia
No dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração, data que ressalta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças cardiovasculares, que ainda são a maior causa de mortalidade no mundo. No Brasil, elas já foram responsáveis por mais de 295 mil óbitos somente este ano, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Com a pandemia do coronavírus, cuidar da saúde do coração é ainda mais importante, já que as doenças cardiovasculares são um dos principais fatores de risco para o agravamento da Covid-19. Em Curitiba, segundo o último boletim semanal da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado em 18 de setembro, a maioria das mortes, 66,1%, foi de pessoas com doenças cardiovasculares.
O tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, hipertensão arterial, os níveis inadequados de colesterol e diabetes são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do coração, mas costumam não apresentar sintomas e somente são diagnosticados com avaliações médicas regulares, possibilitando um tratamento mais precoce e evitando complicações.
Quando não há tratamento desses fatores de risco, pode ocorrer a aterosclerose, formação de placas de gordura que diminuem ou obstruem o fluxo sanguíneo do coração de forma silenciosa, provocando como primeiro sintoma um AVC (Acidente Vascular Cerebral), conhecido como “derrame”, ou infarto do coração.
“É recomendado fazer uma avaliação médica regular a partir dos 40 anos, mas essa idade pode ser alterada dependendo do caso. Pacientes com risco muito alto, como, por exemplo, uma família com vários casos de infarto entre 30 e 40 anos, devem começar as avaliações cardiológicas muito mais cedo”, afirma o cardiologista e diretor geral da Quanta Diagnóstico por Imagem, Dr. João Vítola.
Níveis adequados
Segundo o cardiologista Dr. Rodrigo Cerci, diretor de Pesquisa e Inovação e do Serviço de Angiotomografia Coronária da Quanta Diagnóstico por Imagem, os níveis recomendados de colesterol mudam conforme cada caso, por isso a avaliação médica é fundamental.
“O normal do colesterol hoje, por exemplo, depende do risco de cada um. Se eu tenho 40 anos, não tenho aterosclerose ou fator de risco, eu tenho um risco baixo de infarto. Neste caso um valor de LDL de até 130 pode ser tolerado. Se eu tenho 40 anos e já infartei, o meu risco é muito alto. Então, esse mesmo LDL tem que ser menor que 50”, esclarece.
No caso da hipertensão arterial, os valores abaixo de 12 por 8 são considerados normais. Já acima de 14 por 9, é preciso avaliar se é algo recorrente. “A hipertensão arterial é diagnosticada quando ela persiste alta. Duas ou três medidas em que a pressão está alta é preciso fazer uma avaliação”, aponta Dr. Miguel Morita, pesquisador e cardiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem.
O diabetes é diagnosticado pelos níveis de glicemia no sangue, que devem ficar entre 70 a 100 mg/dL, mas se a pessoa tiver duas glicemias em jejum acima de 126 mg/dL, será considerada diabética. Quando a doença está presente, pode ser necessária a realização de exames de imagem mais detalhados, segundo Dr. Rodrigo Cerci. “O médico faz uma avaliação inicial do paciente. Se ele for assintomático e tem baixo risco, não precisa, necessariamente, fazer nenhum outro exame. Se há um risco moderado ou intermediário, aí é possível a indicação, por exemplo, do escore de cálcio, que detecta aterosclerose nas artérias coronárias, e assim por diante”, revela.
Exames complementares
A realização de outros exames na avaliação cardiológica, como a angiotomografia coronariana, o teste de esteira ou a cintilografia são mais recomendados para pacientes que já têm algum indício de doença cardiovascular, como dor no peito. Contudo, esses exames também podem ser indicados para quem está iniciando a prática de um exercício físico, por exemplo. “Às vezes, uma pessoa que deseja começar algum esporte pode ter a indicação de um teste de esteira para saber como está a capacidade física”, observa Dr. Rodrigo Cerci.