Como identificar sintomas de abstinência do álcool e procurar ajuda?

O consumo excessivo de álcool pode levar a uma série de problemas físicos, emocionais e psicológicos. No entanto, é ao tentar parar a sua ingestão que os maiores desafios aparecem: os sintomas de abstinência do álcool.

Tais sintomas de abstinência surgem nos primeiros dias de tentativa de afastamento da bebida e se agravam de acordo com a dependência física e psíquica que se tem do álcool. Eles podem ser bastante simples e leves para algumas pessoas; entretanto, para outras, pioram com o passar do tempo e podem ser graves.

Você quer saber mais sobre esse assunto e ajudar quem está sofrendo com esse problema? Então, fique com a gente e acompanhe as dicas do psicólogo do Hospital Santa Mônica, Jader Carvalho Miotto!

Como identificar sintomas de abstinência do álcool?

Quem costuma beber de maneira exagerada, mesmo que não seja um alcoólatra, geralmente está em busca de uma fuga para algum problema emergente. Aqueles que sofrem de agitação constante, inquietação ou alguma aflição, por exemplo, podem acreditar que acharão na bebida uma forma de se acalmar, apostando em uma combinação perigosa: álcool e ansiedade. No entanto, com o tempo, isso só agrava a situação.

De qualquer forma, quem tenta abandonar o hábito de consumir bebidas alcoólicas pode experimentar alguns sintomas. A ingestão de álcool impacta neurotransmissores responsáveis por sentimentos como calma, euforia e excitabilidade. Por isso, a substância costuma ser ingerida na tentativa de amenizar a ansiedade e o estresse.

Quando uma pessoa decide parar de beber, apesar de não haver mais interferência direta nesses neurotransmissores, o corpo continua produzindo substâncias que os afetam, causando sensações como hiper animação, inquietude e tremores. Em casos mais graves, as consequências incluem a elevação da pressão sanguínea e até convulsões.

Mas esses não são os únicos indícios e sintomas de abstinência de álcool. Outras sensações também podem indicar o problema, como:

  • ansiedade, frequência cardíaca acelerada e nervosismo;
  • irritação, cansaço e mau humor;
  • falta de clareza de raciocínio;
  • tremores, sudorese, palidez;
  • cefaleia;
  • dificuldade para dormir;
    náuseas e vômito.

Geralmente, esses sintomas surgem dentro de 8 horas após o consumo da última dose, podendo aumentar nas próximas 24 a 72 horas. Em casos mais graves, de abstinência severa, o dependente pode experimentar o chamado “delirium tremens (DT)”. Se não for tratada, essa condição pode ser fatal e, por isso, é preciso ter atenção aos seus sintomas:

  • febre alta;
  • agitação extrema;
  • confusão intensa;
  • convulsões;
  • alucinações;
  • pressão muito alta.

Nesses casos, é necessário recorrer a hospitais e centros de desintoxicação para amenizar os sintomas e fornecer o tratamento mais adequado. No entanto, é válido ressaltar que esses casos só costumam ocorrer em quadros de alcoolismo crônico, quando o paciente bebe muito e por um longo tempo, e depois para de forma súbita.

Quais são os principais riscos relacionados à abstinência de álcool?

Não tem jeito, a única forma de se livrar dos prejuízos que o álcool causa ao organismo é parando de consumi-lo. No entanto, mesmo essa decisão acaba gerando consequências desconfortáveis, como os sintomas que acabamos de mencionar.

Até que o corpo se acostume com a ausência do álcool e volte a exercer suas funções normalmente, a desintoxicação pode ser dolorosa, tanto física quanto psicologicamente. É por isso que ela apresenta diversos riscos. A combinação de uma série de sintomas físicos e de outros fatores emocionais e psicológicos, como a ansiedade e depressão, por exemplo, podem levar um indivíduo ao extremo.

Como quem bebe regularmente, na maioria das vezes, o faz para fugir de algum problema, na desintoxicação as emoções se tornam muito mais intensas. Por isso, o risco de recaída é grande, sendo muito importante contar com uma rede de apoio adequada, que inclua profissionais especializados e, é claro, a família.

Durante o tratamento de desintoxicação, diversas complicações podem surgir. Também é preciso ter em mente que, em casos de pacientes que têm outros quadros clínicos, os sintomas da síndrome de abstinência alcoólica podem se agravar. A seguir, descrevemos os principais.

Convulsões

Geralmente ocorrem nas primeiras 48 horas após o consumo da última bebida. É preciso investigar as causas da convulsão a partir de uma consulta neurológica.

Delirium Tremens (DT)

Caracteriza-se principalmente pela confusão sensorial, hiperatividade e ocorrência de alucinações. Por isso, requer administração medicamentosa.

Arritmias

Normalmente, as arritmias associadas à abstinência de álcool respondem bem aos tratamentos convencionais para essa finalidade.

Síndrome de Wernicke-Korsakoff

Condição relacionada à carência de tiamina (vitamina B1), que pode gerar o comprometimento cognitivo temporário ou, se não tratado, permanente.

Sintomas psiquiátricos

É bastante comum que pacientes que sofrem de sintomas de abstinência do álcool também acabem tendo diagnósticos psiquiátricos, como ansiedade e depressão;

Sintomas gerais

Complicações como distúrbios de desidratação, perda de eletrólitos, infecção, pancreatite e outros também podem ocorrer, sendo necessário um acompanhamento adequado do tratamento.

Como procurar ajuda nesses casos?

Uma desintoxicação do álcool sem o apoio de uma rede de profissionais especializados é muito difícil, para não dizer impossível. Isso porque o paciente fica exposto a muitas oscilações durante o processo de limpeza do organismo, grande parte delas com potencial para levar a uma recaída.

Além disso, passar por todos os sintomas e resistir ao vício pode ser ainda mais complicado sem apoio. Quando profissionais médicos e de centros de reabilitação participam dessa jornada, podem administrar medicamentos que amenizam os sintomas, prestar suporte psicológico e monitorar as condições físicas do paciente.

Um bom centro médico ainda fornece uma infraestrutura propícia para todas as etapas da recuperação, o que inclui a atuação de terapeutas, conselheiros, grupos de apoio e até mesmo suporte aos familiares. Outro aspecto importante é a realização de um diagnóstico profissional e detalhado, que indique eventuais problemas físicos ou mentais que possam coexistir com a dependência alcoólica.

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