A gente só precisa de coragem, fé e um sorriso (mesmo que forçado) no rosto
Já dizia Guimarães Rosa em O Grande Sertão Veredas:
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
E é isso que às vezes (ou na maioria delas) me falta…
Coragem…
Meu post anterior foi uma espécie de desabafo, embora o nó na garganta ainda persista aqui e seja difícil conviver com ele, diariamente.
Nenhuma situação é permanente, e a gente precisa colocar um sorriso no rosto, mesmo que forçado, vestir uma fantasia, um personagem, arregaçar as mangas e ir à luta. Porque o mundo não espera que a gente se sinta melhor para continuar a seguir. A vida segue, continua, todos os dias, quer a gente queira ou não.
Coragem…
Pode parecer exagero para você que me lê, mas eu garanto que não é, e te peço para não menosprezar qualquer que seja o sinal que alguém próximo a você dê. Seja ele sinal de fraqueza ou pedido de socorro. Ninguém é forte ou fraco demais quando expõe suas fraquezas. Eu não preciso de piedade, eu preciso é de coragem…
Coragem…
Tenho me ocupado com o trabalho e com novos projetos. Eles me dão ânimo e me ajudam a prosseguir e a não desistir da jornada, embora isso já tenha sido uma opção, e não uma única vez. Sentar e ver a vida passar, diante dos meus olhos, enquanto sou coadjuvantes de nada não é uma opção. Eu quero ser protagonista, embora pareça que eu estou esperando o papel ideal para entrar em cena, e ele nunca aparece…
Ser feliz, estar feliz, estar alegre e contente são coisas bastante distintas e não devem ser colocadas no mesmo saco. E só quem está no olho do furacão é quem sabe disso.
“Mas a fulana vive deprimida!” É diferente de estar em depressão, talvez ela só esteja triste mesmo, por algum motivo, ou por nenhum, e isso é um direito dela! Ninguém tem obrigação de estar bem e feliz o tempo todo, todo o tempo. E tá tudo bem, porque cada um tem um jeito de lidar com o seu íntimo. Não existe regra e nem manual, nem mesmo uma ordem expressa de: “melhore essa cara!”, que vá fazer com que tudo o que se passa dentro da gente (incertezas, medos, inseguranças, vergonhas, anseios, insatisfações) suma como um passe de mágica…
Alguns dirão: é frescura, é falta do que fazer, justo você?
Sim, justo eu, não é falta do que fazer e, não, não é frescura, embora diversas vezes eu tenha pensado em “deixar isso pra lá”.
O problema é que as coisas só pioram se a gente fechar os olhos para elas. Aquela velha máxima de que o que não tem remédio remediado está é uma furada! Ou de parar de pensar no problema faz com que ele deixe de existir.
Mentira!
Quem disse isso, mentiu. Porque se você ignora o problema, ele segue lá, sendo alimentado pelas migalhas daquilo que ficou, ele sobrevive dele mesmo, ele se autoabastece, afinal, você já deu combustível suficiente para que ele viva um século sem que você o alimente… E quando você for se deparar com ele novamente, no seu porão íntimo, ele está lá, feliz e renovado por você ter voltado…
Não sou ninguém para dar conselhos, quem dera! Mas se eu posso dizer algo, é: busque ajuda se você alterna entre a baixa e a alta da gangorra, foque na solução, porque se assim você fizer, aos poucos você vai solucionar o problema.
Geralmente, a gente não sabe (ou sabe) a causa disso tudo. Se a sua situação é difícil de mudar, se não depende só de você, mude você! Foque em si e naquilo que você quer.
Um dia de cada vez, lembra?
Coragem…
E ninguém quer se sentir deprimido a vida toda, nem a fulana que eu trouxe ali em cima…
Vai passar, sim! Mas a gente precisa ter coragem de pedir ajuda para vencer os repetidos dias nebulosos, a gente precisa parar de ter vergonha, porque ser fraco não é nenhuma fraqueza, nem mesmo virtude. Vamos parar com a exaltação à fraqueza, ok? É muito ruim se sentir assim, um nada, ineficiente, incapaz e insuficiente.
Ah, e vamos parar de achar que “porque está na internet é verdade”, combinado? Não, não é, não! A internet é uma fábrica de enganações e monstros que convivem com a gente diariamente, e pior, com a nossa anuência. Eles entram, sentam-se conosco na sala de estar, na mesa de jantar, nas conversas que a gente ‘finge’ que presta atenção enquanto está de olho no Instagram, Facebook ou WhatsApp. Essa “convivência” deliberada faz a gente se comparar com as pessoas, achando que elas são ótimas, lindas, perfeitas e levam vida de filme e eu sou quem na fila do pão? Não, não é assim, posso garantir. A solução não está ali, eu juro.
O sábio escritor Millôr Fernandes disse, certa vez: “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem…”
Pois é…
Agradeço, de novo, a você que me leu até aqui e a você que me ofereceu ajuda. Como eu tenho respondido, de coração, eu chego lá!
Cuide de você, porque você é valios@, e não há nada e nem ninguém (nem a internet) que seja capaz de diminuir seu valor. Você, assim como eu, só precisa de coragem!
Um beijo e até semana que vem!