Tabaco natural e orgânico causam os mesmos danos à saúde que o cigarro convencional

Engana-se quem acredita que somente os aditivos artificias, presentes no cigarro industrializado, são os responsáveis pela dependência e pelos danos à saúde causados pelo fumo. A concepção de que o tabaco orgânico e o natural não implicam prejuízos ao corpo é falsa, de acordo com a pneumologista do Centro de Medicina Torácica do Hospital Edmundo Vasconcelos, Marina Dornfeld C.Castro.

A explicação é a presença de componentes tóxicos, que compõe usualmente todas as formas de fumo. “À semelhança do cigarro, essas alternativas possuem produtos tóxicos como metais pesados, alcatrão, monóxido de carbono e o tabaco, possibilitando a inalação de substâncias nocivas para os pulmões”, conta Marina.

Nem mesmo a possibilidade de dosar a quantidade do tabaco natural torna essas opções menos agressivas. Para a especialista, apesar desse controle, os prejuízos à saúde são praticamente os mesmos, o que a faz dar um alerta: “essa falsa sensação de controle pode até mesmo aumentar a propensão à experimentação ou encorajar a troca do cigarro industrializado pela versão natural, quando o ideal seria cessar o tabagismo”.

Como exemplo prático e popular do uso do fumo natural no Brasil, é possível mencionar o cigarro de palha, feito artesanalmente com fumo de corda picado ou fumo industrializado. O modo de preparo manual e rústico traz riscos à saúde pela inexistência de qualquer tipo de filtro, como lembra a pneumologista.

“A palha usada para enrolar o fumo não contém filtro e não permite a passagem de ar de dentro para fora do cigarro, tornando as tragadas mais intensas e concentradas. O consumo destas versões pode equivaler a três cigarros industrializados, elevando o risco de dependência e doenças”, salienta.

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