Tremor nas pálpebras
Nada mais irritante do que aquele tremor nas pálpebras, que surge do nada e incomoda bastante. O termo médico dessa condição é mioclonia ou mioquimia palpebral.
O tremor nas pálpebras está quase sempre ligado a quadros de estresse. E nada mais estressante do que a pandemia do coronavírus.
Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o tremor nas pálpebras é uma condição, geralmente, benigna.
“Na maioria dos pacientes, a mioclonia palpebral é um sinal de cansaço crônico, de ansiedade, de consumo excessivo de cafeína ou de álcool ou ainda de deficiência de magnésio. Trata-se de uma queixa constante na prática clínica e houve um aumento de consultas por esse motivo desde abril”, afirma Dra. Tatiana.
Qual a relação do estresse com os olhos?
“Quando estamos estressados, liberamos hormônios, como o cortisol, que vão para o sistema nervoso autônomo (responsável por controlar funções como respiração e digestão). “Lá, eles geram estímulos para as pálpebras e isso faz com que elas tenham contrações involuntárias e repetitivas das fibras do músculo orbicular palpebral”.
Mas, não é só o estresse que pode fazer suas pálpebras tremerem. O consumo além da conta de café e álcool também tem relação com a mioclonia. “Sabemos que durante a quarentena houve um aumento no consumo de álcool e isso pode ter contribuído para o tremor palpebral.
Outros culpados
Outra causa comum do tremor nas pálpebras é o cansaço visual, decorrente do uso excessivo de celular, computador e televisão. “O que as pessoas mais fizeram dentro de casa foi exatamente aproveitar a tecnologia para passar o tempo”, diz Dra. Tatiana.
A deficiência de magnésio, mineral ligado à transmissão de impulsos nervosos e às contrações musculares, bem como a falta de óculos ou de lentes com graus inadequados e o olho seco também podem fazer suas pálpebras tremerem.
Gerenciamento do estresse
Não há nenhum tratamento para o tremor nas pálpebras. “O que é recomendado ao paciente é gerenciar o estresse, diminuir a ingestão de cafeína e álcool e trabalhar nos outros fatores de risco passíveis de prevenção, como reduzir a quantidade de horas em frente ao computador, consumir alimentos ricos em magnésio e assim por diante”, comenta a médica.
Tremores acompanhados de outros sintomas devem ser investigados
A mioclonia pode persistir durante semanas, principalmente quando ligada ao estresse. E como a maioria da população anda bem estressada, o tremor palpebral pode durar bastante tempo. A boa notícia, de acordo com Dra. Tatiana, é que não é preciso se preocupar, desde que não haja outros sintomas relacionados.
“Quando o tremor persistir e outras manifestações surgirem, como contrações musculares nos braços e nas pernas, alteração da força, cansaço crônico, perda de peso, alterações visuais, no paladar, olfato, entre outros, é preciso investigar junto ao oftalmologista”, finaliza Dra. Tatiana.
fonte: Assesssoria