Belo pra quem?

Leia ouvindo Salão de Beleza

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É só abrir as redes sociais ou ver um filme, um anúncio na rua, que está lá (quase sempre, na maioria das vezes): a noção de beleza contemporânea. Digo noção porque é uma ideia construída pela sociedade, baseada no hoje e muitas vezes avessa à saúde e ligada ao consumo. Explico: os renascentistas cultuavam como belo os corpos curvilíneos, por exemplo. Já nos anos 80 e 90, as supermodelos ditaram os padrões de beleza. Até que isso se intensificou ao ponto de ultrapassar o limite do saudável.

Hoje a busca pela perfeição – somada aos apelos estéticos e os artifícios do Photoshop – torna-se uma corrida sem fim, interminável e com foco na padronização. Quando uma pessoa tenta acompanhar os passos da indústria da beleza, que todo dia apresenta uma novidade, certamente localizará esse ponto como central em sua vida. Ou seja, vai gastar muito dinheiro com isso, dedicar tempo demais, canalizar energia exclusivamente nisso.

Assim, ao tentar tocar uma ideia do campo do impossível (pensando que é impossível atingir o ideal da computação gráfica, por exemplo), observamos uma demanda que jamais será atendida em sua totalidade. Nunca bastará, nunca trará paz. Estou com vontade de fazer esse procedimento por um motivo relevante ou pela moda? Preciso colocar lentes ou posso cuidar dos meus dentes naturais? Por que isso me incomoda? Por que preciso mudar? O que é beleza para mim? Eu me aceito e aceito minha história (a história que meu corpo conta)?

Esses são alguns dos questionamentos que devemos nos fazer quando pensamos em procedimentos estéticos, de maneira geral. Eles servem de maneira positiva quando bem utilizados, ajudam na autoestima, transformam traumas… Porém, se essa vontade é constante e já se tornou um vício, é preciso avaliar. Certamente o problema não está localizado aí e, sim, na história de vida da pessoa. E isso só pode ser tratado adequadamente com acompanhamento terapêutico.

– Lá no meu direct (@yaskarapsi) recebo dúvidas, questionamentos e também histórias que queiram compartilhar… Elas são respondidas aqui, em forma de texto, sem identificação (e com uma música especial). Vamos pensar sobre o que estamos vivendo? Até semana que vem!

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