Pesquisa revela que práticas de relaxamento reduzem a pressão arterial em pacientes hipertensos

Estudo foi realizado por pesquisadores do Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine do Massachusetts General Hospital e publicado no The Journal of Alternative and Complementary MedicineUm estudo liderado por 14 pesquisadores do Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine do Massachusetts General Hospital encontrou reflexos do relaxamento na redução da pressão arterial de pacientes que sofrem de hipertensão. Dessa forma, as práticas mente-corpo poderiam ser um complemento às terapias com medicamentos no tratamento desse problema.

“A hipertensão é um importante fator de risco que pode levar uma pessoa ao infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. O estudo estima que cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de hipertensão”, explica o Prof. Dr. Filippo Pedrinola, um dos maiores entusiastas da medicina integrativa no Brasil e que possui certificações em práticas Mente-Corpo pelo Body-Mind Institute da Harvard Medical School, pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) e pela University of Texas em Arlington (UTA).

Atualmente, a terapia farmacológica é o principal meio de controle da pressão arterial, no entanto estes medicamentos estão associados a efeitos colaterais, como interações com outros medicamentos, desconforto abdominal, tosse , erupção cutânea , disfunção sexual, cefaléia , tonturas , sonolência , alterações de sono , vertigem, etc. “É importante destacar que mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos e perda de peso podem ser tão eficazes quanto a medicação e não apresentam efeitos colaterais”, diz Pedrinola.

Evidências científicas já comprovaram que o estresse, principalmente o crônico, leva ao desenvolvimento de processos fisiopatológicos. Por exemplo, dados mostram que a ansiedade e a depressão são fatores de risco para o aparecimento da hipertensão, que é a tentativa do corpo de se adaptar ao estresse.

Método do estudo

A pesquisa do Benson-Henry Institute envolveu pacientes com diagnóstico de hipertensão no estágio 1, recrutados nas clínicas de hipertensão do Massachusetts General Hospital. Todos receberam uma intervenção com um protocolo de relaxamento

Os participantes receberam treinamento em técnicas de relaxamento em oito sessões individuais com um instrutor, que incluíram respiração diafragmática, escaneamento do corpo, repetição de mantras e meditação mindfulness. Exames de sangue, medição da pressão arterial e um questionário foram aplicados antes e ao final do treinamento.

Resultados

No início do estudo, a pressão arterial sistólica (PAS) média foi de 143,8 mmHg, enquanto a média da pressão arterial diastólica (PAD) foi de 90,9 mmHg. Ao final das oito semanas de treinamento de relaxamento, a PAS média foi de 131,4 mmHg e a PAD caiu para 80,2 mmHg.

Os resultados sugerem que o relaxamento reduz a pressão arterial, pelo menos parcialmente, inclusive alterando a expressão dos genes. A conclusão se baseia em mudanças importantes encontradas na assinatura genômica em pacientes que passaram pelo treinamento de relaxamento que tiveram alterações clínicas significativas quando comparados com pessoas que não passaram pelo processo.

Para conhecer o estudo na íntegra, acesse:

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acm.2017.0053

Estresse e doenças de estilo de vida

O Prof. Dr. Filippo Pedrinola alerta que a hipertensão não o único problema causado pelo estresse. “Vivemos em uma época em que cada vez mais as pessoas sofrem das chamadas ‘doenças de estilo de vida’, responsáveis por grande parte das enfermidades da população mundial. O estresse da vida contemporânea sozinho ou aliado ao sedentarismo, alimentação inadequada, consumo de álcool, cigarro, etc, desencadeia doenças crônicas que prejudicam a qualidade de vida e podem até levar à morte”.

As doenças do estilo de vida não são uma novidade, há anos o Ministério da Saúde brasileiro alerta que elas têm disputado com os acidentes de trânsito a liderança das maiores causas de morte no país. De qualquer forma, essas doenças crônicas podem ser evitadas ou até mesmo revertidas com pequenas mudanças de rotina, assim como mostrou a pesquisa. “Ninguém fica doente de repente, ninguém engorda de repente, tudo é um resultado de nossas escolhas”, alerta Dr. Pedrinola.

O combate ao estresse é apenas um dos pilares da vida saudável

O conceito do que seria ter uma vida saudável não se resume apenas à ausência de doenças, mas um sentido mais global que envolve o bem-estar do ser humano. Para o Dr. Pedrinola, esse estado é alcançado por meio da harmonia entre quatro áreas: o hábito alimentar, a atividade física, o emocional e a espiritualidade.

Hábito Alimentar – Envolve a nutrição por meio de práticas alimentares saudáveis e com acompanhamento de um profissional, principalmente em uma época em que as pessoas são bombardeadas por dietas da moda que mais confundem do que esclarecem.

Atividade Física – Respeitando as limitações, condicionamento físico e objetivos de cada pessoa, é essencial que o movimento faça parte da rotina. Além dos benefícios à saúde e à estética corporal, é comprovado que o exercício físico ainda estimula a produção de neurônios melhorando a capacidade cerebral.

Emocional – Quando o estresse se torna crônico, ou seja, quando a pessoa estressada se torna incapaz de retornar à sua estabilidade emocional inicial, ele acaba levando-a ao esgotamento (burn out) e desencadeando diversas doenças psicossomáticas como gastrite, colite, síndrome do pânico, diarreia, dores musculares e uma lista enorme de outras manifestações físicas como a hipertensão, objeto do estudo.

Espiritualidade – O conceito nada tem a ver com crenças pessoais ou religiosidade. Trata-se da conexão que o ser humano tem com ele mesmo, com a família, com o mundo. Essa conexão é estimulada por práticas como ioga, meditação e o mindfulness.

Sobre o Dr. Filippo Pedrinola

O Dr. Filippo Pedrinola, criador do protocolo Medicina de Estilo de Vida, é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em clínica e endocrinologia no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Após período de um ano do Fellowship Program do Cedars Sinai Medical Center da University of California em Los Angeles (UCLA), concluiu doutorado em endocrinologia pela Faculdade de Medicida da USP.

É membro da The Endocrine Society dos Estados Unidos, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (ABESO).

Possui certificação em medicina mente-corpo pelo Body-Mind Institute da Harvard Medical School, pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) e pela University of Texas em Arlington (UTA).

Além de estar à frente de suas clínicas médicas próprias, faz parte do corpo clínico do Hospital Albert Einsten e do Hospital BP Mirante, neste último é Coordenador do Núcleo de Bem-Estar e Terapias Integrativas.

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