7 benefícios da atividade física em pessoas com transtornos mentais
A prática regular de exercícios físicos é essencial à manutenção das funções fisiológicas e à promoção da qualidade de vida. No entanto, diversos estudos científicos têm demonstrado os benefícios da atividade física também para complementar as ações terapêuticas em pacientes com a saúde mental comprometida.
Nesse grupo, os exercícios têm um elevado potencial para melhorar a circulação sanguínea, controlar a liberação de hormônios, como a endorfina e, com isso, influenciar o comportamento e o estado geral de saúde. Sob essa perspectiva, a coordenadora do Serviço de Fisioterapia do Hospital Santa Mônica Natalie Souza de Andrade e o educador físico, Alexandre Figlie Minotelli, listam lista os 7 maiores benefícios da atividade física para o corpo e para a mente.
Aproveite a leitura e veja quais são!
1. Liberação de substâncias “do bem”
Uma das maiores funções dos exercícios é a prevenção e o retardo de complicações mentais e físicas em pacientes que já apresentam transtorno mental. Essa prática é recomendada com finalidade terapêutica, tanto como tratamento único quanto complementar às medicações, para controlar as emoções e promover o equilíbrio mental e físico.
Outro aspecto interessante é a influência dos exercícios na liberação espontânea das chamadas substâncias “do bem”, como serotonina, dopamina e endorfina. Nesses pacientes, tais elementos são estimulados com remédios específicos, mas os resultados são bem melhores quando o próprio corpo produz “química boa”.
Tais substâncias são liberadas na circulação sanguínea durante e após a realização, até mesmo, de exercícios leves, como caminhadas. Mas os maiores benefícios da atividade física são percebidos, principalmente, na prática de esportes de alto rendimento — como futebol, basquete, corrida e tênis — em que se exige maior esforço físico do praticante.
2. Aumento da disposição e do bem-estar
O exercício físico reduz os impactos dos transtornos mentais, aumenta a disposição física e promove o bem-estar durante os tratamentos médicos para a reabilitação mental e emocional. Além de diminuir a ansiedade e os riscos de quadros depressivos , essas atividades também controlam o humor negativo e elevam a autoestima.
Tais sensações positivas resultam da liberação de endorfinas, que passam do cérebro para a corrente sanguínea e promovem o relaxamento de todo o corpo. Desse modo, essas substâncias auxiliam no bom funcionamento do organismo, reduzem a fadiga, geram maior sensação de bem-estar e deixam o paciente mais animado para a realização de suas atividades de rotina.
3. Proteção do sistema cognitivo
O relaxamento mental é um dos benefícios da atividade física mais relevantes para os portadores de transtornos psíquicos. Essa sensação positiva resulta da ação de hormônios, que desempenham a função de proteger a mente contra o desenvolvimento de diferentes complicações que podem piorar o estado de saúde desse grupo.
Sabe-se que o estilo de vida influencia diretamente o surgimento de doenças como o Mal de Parkinson e o Alzheimer. Por isso, é necessário combater o sedentarismo, pois durante a atividade física, importantes substâncias atuam diretamente nas células cerebrais, agem como protetoras das funções cognitivas e evitam a evolução desses males.
4. Redução do estresse
Além de combater alterações psicológicas como a ansiedade e a depressão, os exercícios físicos também são fundamentais para estimular o relaxamento da musculatura da nuca, do pescoço e dos ombros. Isso é importante porque essa tensão muscular pode gerar estresse ou, ao mesmo tempo, ser desencadeada por ele.
O principal hormônio do estresse é o cortisol, que é produzido pelas glândulas localizadas acima dos rins. Os exercícios físicos conseguem produzir substâncias que diminuem a liberação do cortisol e combatem a ação dele no organismo. Por essa razão, a realização de atividades físicas e a prática de esportes são tão importantes no controle do estresse, principalmente, em pacientes com desajustes psiquiátricos.
Logo, por meio dos exercícios, é possível promover um ajuste na liberação hormonal e melhorar a ação deles no organismo. Altos níveis de cortisol trazem consequências muito ruins para o corpo. Problemas relacionados à agressividade, confusão mental, obesidade, fadiga, fraqueza muscular e desejo constante de consumir doces são os mais preocupantes.
Nesse contexto, os profissionais de saúde devem estimular os pacientes à adesão dessas atividades para reforçar a ação terapêutica dos medicamentos e diminuir os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a saúde mental. É possível conseguir respostas tão positivas que, com o tempo, pode-se reduzir a quantidade de remédios utilizados no tratamento.
5. Estímulo para a memória
Há evidências de que a prática de exercícios regulares em pacientes psiquiátricos também promovam melhoria de funções cognitivas, como a memória. Durante essas atividades, as células conseguem captar melhor algumas substâncias que favorecem a produção de catecolaminas. Elas são essenciais às funções cerebrais do hipocampo, região responsável pela memória.
Com os exercícios físicos, pacientes psiquiátricos, como os do autismo leve, podem obter melhora considerável na capacidade de aprendizagem e de concentração. Além disso, o envolvimento com essas atividades também funciona como estímulo à socialização e favorece a autoestima e a confiança em portadores desses transtornos.
6. Melhoria na qualidade do sono
As atividades físicas consomem grandes quantidades de energia, de forma que provocam cansaço e aumentam o sono. Com isso, os pacientes com transtornos mentais ficam menos agitados e conseguem dormir melhor à noite. O relaxamento dos músculos ocorre em consequência da liberação dos neurotransmissores, que promovem a sonolência natural e combatem a insônia.
Durante o sono, o organismo realiza, naturalmente, um fenômeno conhecido como reparação celular. É como se houvesse uma “conferência” do que está funcionando corretamente e do que não está. Assim, o sono é de fundamental relevância para que ocorra essa revisão celular e tecidual, de modo que o sistema imunológico elimine os possíveis erros que podem causar doenças.
7. Reforço do sistema imunológico
Mesmo que seja por algumas horas na semana, a prática de exercícios com regularidade ajuda a reduzir os níveis elevados de açúcar e de gordura no sangue. Isso influencia positivamente a incidência de doenças, principalmente, as cardiovasculares, diabetes e o risco de câncer. Ou seja, movimentar o corpo é essencial ao fortalecimento da imunidade.
Por fim, pode-se concluir que os benefícios da atividade física em portadores de doenças mentais são bem relevantes. Nesse sentido, os profissionais de saúde devem incentivar tais práticas, pois a intrínseca ligação entre corpo e mente exige medidas para promover o equilíbrio, o bem-estar e a saúde integral.