Quando o custo da morte entra no planejamento familiar
Ninguém duvida da importância de ter um plano de saúde, uma providência que protege também a saúde financeira da família. Mas a ideia de ter um plano funeral ainda pode provocar hesitação entre algumas pessoas, embora o mesmo raciocínio valha para as duas modalidades de proteção: assim como um plano de saúde, o plano funeral é um instrumento essencial para gerenciar as finanças pessoais. Em Curitiba, os ritos fúnebres podem gerar despesas de R$ 7 mil, em média, um valor alto a ser pago em momento de fragilidade emocional.
“A hesitação normalmente decorre de dois fatores: a tendência de associar essa decisão à perda de alguém querido e o temor de não saber escolher o melhor fornecedor para um serviço tão delicado quanto estratégico, que será contratado para longos períodos”, explica Luis Henrique Mildemberg, CEO da Luto Curitiba, uma das maiores empresas desse segmento no Brasil, com 30 anos de atuação e cerca de 20 mil contratos na carteira.
Saber escolher é essencial em todas as relações de consumo, para evitar prejuízos que às vezes dão origem a infindáveis demandas judiciais. O segmento de planos de assistência funeral vem se profissionalizando e há diversos tipos de cobertura disponíveis. No entanto, é preciso ficar atento às condições oferecidas e ao nível de transparência praticado pelas empresas.
“Como em qualquer decisão de compra, é preciso pesquisar preço e qualidade, para evitar o famoso ´comprar gato por lebre´. E sempre desconfiar de valores muito abaixo das médias de mercado. O cliente pode ser surpreendido com gastos imprevistos no atendimento de um óbito ou ao tentar fazer o cancelamento de um plano”, alerta Mildemberg.
Dicas para a escolha segura de um plano de luto
Os planos de assistência funeral variam de cobertura e de preço para atender a variados orçamentos familiares. Alguns deles, como os da Luto Curitiba, incluem benefícios em vida, como clubes de fidelidade, que oferecem descontos na compra de bens e serviços.
1 – Leia atentamente o contrato. Solicite um arquivo digital para a empresa, a fim de examinar com calma e comparar com a concorrência.
2 – Consulte a reputação das empresas que está pesquisando: navegue em suas redes sociais, leia os comentários, veja as avaliações do Google, do Procon e do site Reclame Aqui.
3 – Verifique se existe taxa de adesão. Às vezes, o valor cobrado equivale a duas ou três mensalidades. Dê preferência a empresa que não cobre adesão para novos contratos.
4 – Certifique-se sobre o tempo de pagamento. Embora seja condenável, ainda é prática do mercado anunciar um número limitado de parcelas que dão a entender que a pessoa não terá mais despesa ao final desse pagamento. Mas todo plano de assistência funeral é pago ao longo da vida, enquanto o cliente tiver interesse nele, assim como um plano de saúde. Desconfie de planos do tipo 36 vezes de algum valor. Em geral, o cliente acaba surpreendido depois com “taxas de manutenção” periódicas que, na prática, representam o pagamento permanente.
5 – Verifique quanto tempo de carência a empresa oferece. A média do mercado é de 90 dias para óbitos naturais e 24 horas para mortes violentas/acidentais. Há quem imponha carência ainda maior para doenças pré-existentes, que chegam a 180 dias. É um período bem longo para um serviço como esse, que tem característica de imprevisibilidade.
6 – Pesquise sobre a existência e os valores de taxas extras. Entre as más práticas do mercado, ainda existe a cobrança de valores adicionais a cada óbito de dependente do plano. Por outro lado, há procedimentos de alto custo que nem todos os planos de assistência funeral cobrem, como a tanatopraxia. Nesse caso, isso deve estar bem explicado no contrato.
7 – Verifique questões adicionais, como a quilometragem prevista no translado para outras localidades (a maior parte só até cobre 100 km de distância), se há cobertura nacional, se há benefícios em vida, se há facilidade para adquirir serviços adicionais ou realizar migração de plano.