O Poder Transformador dos Exercícios Físicos na Nova Maturidade

Como a atividade física fortalece corpo e mente, promovendo saúde integral e qualidade de vida na terceira idade

Símbolo potente para o público maduro que procura conciliar vida profissional, autocuidado e vitalidade, a americana Natalie Grabow, de 80 anos, acaba de quebrar recordes e, mais importante, paradigmas: tornou-se a mulher de mais idade a concluir o Campeonato Mundial de Ironman, em Kona, Havaí. Ela cortou a linha de chegada às 16h 45min 26s, numa prova que exige nadar 3,8 km em mar aberto, pedalar 180 km e correr uma maratona de 42,2 km, tudo isso dentro do limite de 17 horas para sua categoria etária.

Nos últimos anos, Natalie vinha se preparando com constância e critério: participou do Ironman de Maryland em 2024, terminando em 15h 53min, o que lhe garantiu a qualificação para Kona. Sua trajetória no Ironman já acumula mais de dez participações em Kona desde que estreou ali, aos 61 anos, em 2006. A história de Natalie demonstra que manter-se ativo fisicamente, mesmo após os 50, 60, 70 e até 80 anos, pode render não apenas benefícios corporais, mas mentais profundos.

“Exercícios prolongados, como corrida, ciclismo e natação, promovem adaptações no corpo que preservam a massa muscular, melhoram a mobilidade, aumentam a densidade óssea e ajudam na regulação hormonal, sobretudo em fases em que os níveis de estrogênio, ou testosterona naturalmente caem. Do lado da mente, práticas físicas regulares favorecem a liberação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e endorfina, aliviando sintomas de ansiedade e depressão, além de melhorar sono e cognição”, afirma Antônio Leitão, gerente e especialista em gerontologia do Instituto de Longevidade MAG.

O olhar da medicina também mudou. Não se trata mais apenas de evitar doenças, mas de construir uma vida mais plena. Estudos mostram que atividades como caminhada, musculação, pilates e dança não apenas preservam a massa muscular e a mobilidade, mas também aumentam a autoestima, reforçam o senso de propósito e promovem conexões sociais, que dados recentes já mostram ser peças fundamentais na saúde mental.

Esse ganho social não é exagero. Em academias, clubes e grupos de corrida, é cada vez mais comum ver pessoas maduras trocando experiências, fazendo novas amizades e ampliando redes de apoio. Em tempos de hiperconexão digital, o exercício também vira espaço de encontro offline, algo valioso para uma geração que, embora conectada, valoriza a presença real e deve lutar contra o isolamento social. Para quem está na dúvida sobre começar, a dica dos especialistas é simples: comece devagar, mas comece. “A idade não é obstáculo, é motivação, pois a maturidade traz autoconhecimento e foco. Isso é uma vantagem enorme quando falamos de mudança de hábitos”, finaliza Leitão.

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Por Débora Farias

Artigo de opinião

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