O Valor Duradouro de Presentear Flores: Afeto, Bem-Estar e Conexão Humana

Em meio à modernidade e à tecnologia, o gesto de dar flores permanece como uma expressão genuína de carinho e autocuidado, fortalecendo vínculos e promovendo emoções positivas.

Presentear flores é um gesto universal de carinho que pode ser observado em diferentes culturas, religiões e épocas. Mesmo em um mundo dominado pela tecnologia e pela comunicação digital como hoje, elas continuam insubstituíveis e capazes de transmitir sentimentos que palavras nem sempre conseguem expressar. Pesquisas acadêmicas recentes ajudam a explicar sua relevância duradoura, além de despertar emoções, elas melhoram o bem-estar e fortalecem laços sociais, demonstrando que alguns gestos simbólicos resistem ao tempo e à modernidade.

Estudos da Harvard University e da Rutgers University mostram que as flores provocam impacto direto sobre o humor e o bem-estar. Em um dos experimentos conduzidos em Rutgers, mulheres de diferentes idades que receberam arranjos florais apresentaram o chamado “sorriso de Duchenne”, considerado o mais autêntico sinal de felicidade. Dias depois, ainda relataram mais energia e satisfação em comparação a quem recebeu outros tipos de presentes, como frutas ou velas.

Na Harvard Medical School, pesquisadores observaram que pessoas que mantêm flores em casa relatam menor ansiedade matinal e níveis mais altos de entusiasmo durante o dia. Já na Texas A&M University, cientistas identificaram que o simples ato de estar próximo a arranjos florais aumenta a empatia e melhora o desempenho criativo em ambientes de trabalho. Em comum, todos esses estudos indicam que as plantas despertaram respostas emocionais e fisiológicas ligadas à sensação de segurança, acolhimento e vínculo social.

Esses efeitos ajudam a entender o comportamento de consumo contemporâneo. No Brasil e em outros países, o público millennial e da Geração Z tem ampliado o significado de presentear flores. O gesto, antes restrito a datas especiais, vem sendo reinterpretado como uma forma de autocuidado, decoração afetiva e expressão de estilo de vida. A compra para si mesmo, antes vista como incomum, atualmente é uma prática crescente, associada ao desejo de bem-estar e à busca por equilíbrio emocional no cotidiano.

Levantamentos realizados por universidades brasileiras reforçam esse movimento. O levantamento de pesquisadores da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) sobre comportamento do consumidor de flores apontou que homens ainda são os principais compradores, especialmente em contextos de sedução e demonstração de carinho, enquanto mulheres tendem a associar o ato de receber os arranjos florais a sentimentos de alegria, afeto e valorização pessoal. As rosas permanecem como símbolo máximo do romantismo, seguidas por orquídeas e tulipas, que ganham força entre os mais jovens por seu apelo estético e contemporâneo.

Os dados também revelam um ponto relevante: embora o gesto esteja profundamente ligado à emoção, o mercado ainda explora pouco o seu potencial simbólico e comportamental. Em tempos de algoritmos e decisões baseadas em dados, compreender o valor emocional desse consumo é um diferencial competitivo para marcas que desejam se conectar de forma genuína com o público.

Mais do que uma tradição, o ato de dar flores é hoje um espelho do comportamento humano. Ele traduz necessidades emocionais em tempos de excesso de informação e revela um traço duradouro da nossa natureza, que é a vontade de materializar o afeto. Em um mundo de relações mediadas por telas, oferecer algo vivo, belo e efêmero é, talvez, uma das formas mais humanas de lembrar que sentimentos, assim como flores, só florescem quando cultivados.

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Por Clóvis Souza

CEO da Giuliana Flores

Artigo de opinião

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