Pensamentos, sentimentos e ações criam seu mundo
Quantas vezes você se olhou no espelho e pensou: “Nossa, como você está feia hoje”!
Ou então: “você não merece o namorado que tem”.
Ou até: “você não vai conseguir, desista”.
Esses não são só pensamentos. São profecias autorrealizáveis. E não foi nenhuma bruxa malvada que proferiu essas palavras. Aliás, nem foram palavras. Foram pensamentos seus capazes de criar sentimentos e estes se tornarem ações.
Como isso é possível? Simplesmente porque temos um mecanismo no cérebro em que todos os pensamentos liberam substâncias químicas. Concentrar-se em pensamentos negativos efetivamente enfraquece o cérebro, reduz seu vigor e seu ritmo.
Por outro lado, ter pensamentos positivos, felizes, esperançosos, otimistas e alegres diminui o nível de um hormônio chamado cortisona e produz serotonina, que, além de bem-estar, ativa nosso sistema imunológico.
Pensamentos, sentimentos e ações
Mas como fazer isso se dentro de você insiste aquela voz interior que traz pensamentos negativos sobre você? No livro ‘Por que a gente é do jeito que é”, de Eduardo Ferraz, conseguimos encontrar alguns indícios desse ciclo vicioso que nós mesmos criamos para nós. O autor aponta que PENSAMENTOS geram SENTIMENTOS que geram COMPORTAMENTOS ou AÇÕES.
Vamos a um exemplo que ele ilustra bem. PENSAR em uma situação de fracasso aumenta o SENTIMENTO de derrota, que inconscientemente vai gerar AÇÕES que confirme o fracasso. Freud chamava esse mecanismo de profecia autorrealizável. Resultado? As previsões negativas se comprovam e dizemos a nós mesmos: “viu, falei que ia dar errado” ou “sabia que eu não conseguiria, nem devia ter tentado”.
Sensações de bebê sedimentaram nossas bases
É claro que esses pensamentos, que são nossas crenças, o que achamos sobre nós mesmos, nossa autoimagem, não foram criados da noite para o dia, mas houve um período pré-verbal, ou seja, antes de termos a capacidade da fala, em que começamos a sentir as emoções e as sensações.
Em um workshop sobre Somatic Experience (SE), com Liana Netto, doutora em Medicina e Saúde e coordenadora do Curso de Experiência Somática mundialmente, foi justamente no período antes da fala que começamos a verificar o seguinte:
O que é o mundo? Um lugar seguro ou não?
O que são as pessoas? Confiáveis ou não?
Quem sou eu?
A esse período basal segue-se outro, o da construção da personalidade com nossas crenças (sobre o que é o mundo, as pessoas e nós), comportamentos e memórias. Logo, ressignificar tudo isso leva tempo e autoconhecimento.
Porém, não é preciso ficar nos maldizendo e assumindo o efeito Gabriela (eu nasci assim, vou ser sempre assim). É, sim, possível mudar com muita disposição e esforço próprio.
Autoconsciência: captando pensamentos no ar
O autor Daniel Goleman, por exemplo, teórico da Inteligência Emocional, aponta que a autoconsciência é o pilar para termos esse tal QE (Coeficiente Emocional), que é a capacidade de captarmos no “ar” os pensamentos que vão surgindo e, sendo negativo, é possível trazer à consciência o que nós pensamos a nosso respeito.
Já aconteceu mais de uma vez de eu conseguir ter esse ato de autoconsciência. É um exercício e requer consciência plena do que estamos pensando no aqui e agora. Um exemplo: eu havia retornado de um retiro de Meditação Vipassana e a frequência estava em alta. Como diz a canção do Zeca Baleiro, eu literalmente queria “beijar o português da padaria” de tão elevada que eu estava.
Que voz você escuta mais?
Então certo dia no carro eu estava cantando uma música quando de repente veio uma voz e disse assim: “é fácil ficar alegre quando tudo está bem. Quero ver se você continua assim se algo de ruim acontecer”.
Eu captei essa voz e eu pensei. “Quando acontecer algo ruim eu vou ver o que eu faço. Agora, nesse instante, eu quero cantar essa música e ficar feliz”. E assim segui o meu trajeto.
Em outra ocasião, nas primeiras tentativas de dar alguns trotes de corrida, uma voz boa, aquela da intuição ou da consciência, disse: “Ana, você consegue correr no cumprimento desse vagão de trem que está na sua frente?”. Eu respondi mentalmente “Sim”.
Porém, fracassei. Alguns metros antes parei, quase sem ar para respirar. E foi o suficiente para vir uma avalanche de crenças e pensamentos negativos sobre mim mesma. “Viu, você não ia conseguir”. “Você não é capaz de correr”. Mas alguns metros à frente a voz carinhosa da consciência do bem disse: “Consegue correr uma quadra, Ana?”. Eu disse “sim”. E consegui. Vibrei muito. Como se tivesse vencido a São Silvestre.
Reprogramação Bio-Muscular: a sabedoria do corpo
Esse pensamento, crença ou o que houvesse sido implantado em mim foi mais poderoso ainda. Depois de caminhar e correr, uma enorme dor no quadril tomou conta de mim. Porém, já havia feito uma técnica chamada RBM (Reprogramação Bio-Muscular), com a terapeuta Claudia Hollweg Vizzotto, perguntei a ela o que poderia ser.
Pasme! Aquela dor, de acordo com o diagnóstico e a sessão que realizamos, dizia respeito a conflito de potência. Provavelmente algum amiguinho, colega, familiar, ou seja, alguém, tinha apontado o dedo para mim e dito: Você não consegue, desista!
A terapeuta então me aconselhou a conversar com o corpo, dizendo a ele que agora sou adulta e que dou conta, que vai ficar tudo bem. Ao dar esses novos comandos de acolhimento e segurança ao meu quadril, a dor foi passando dia após dia. E o corpo, assim como o pensamento de impotência, foram deixando de existir.
Agora fica a pergunta: o que você vai ressignificar sobre o que pensa sobre você mesma? Lembre-se que a qualidade dos seus pensamentos vai determinar o mundo que você cria, a realidade que você vive, o amor que você atrai, o corpo que você tem, a prosperidade chegando até você, enfim, tudo que faz parte do seu mundo.
Pense num fusca verde nesse momento? Viu como funciona esse mundo? A sua mente já criou um fusca verde reluzente no seu imaginário. Como a mente não distingue realidade vivida da fantasia criada, comece a pensar o mundo que você quer e merece. Começando a promover mudanças na sua vida, me conte que quero muito saber! Bons pensamentos para você.