Teste genético personaliza tratamento para emagrecimento com medicamentos
Nova tecnologia da Mayo Clinic prevê a resposta individual a remédios para perda de peso
Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram um teste genético inovador que promete revolucionar o tratamento da obesidade ao prever como cada pessoa responderá a medicamentos para perda de peso, especialmente os da classe dos agonistas do GLP-1. Com base em dados da assessoria de imprensa da instituição, esta tecnologia representa um avanço significativo rumo a tratamentos mais personalizados e eficazes para quem enfrenta essa doença crônica.
A obesidade afeta mais de 650 milhões de adultos no mundo e é resultado de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Por isso, as respostas aos tratamentos variam muito entre os indivíduos. Atualmente, as decisões clínicas costumam se basear em medidas simples, como o índice de massa corporal (IMC), sem considerar os processos biológicos que influenciam o ganho e a perda de peso.
O teste desenvolvido pela Mayo Clinic mede a saciedade calórica (CTS, do inglês calories to satiation) — ou seja, a quantidade de alimento que uma pessoa precisa consumir para se sentir satisfeita. Em um estudo com quase 800 adultos com obesidade, os participantes foram convidados a comer à vontade uma refeição composta por lasanha, pudim e leite até se sentirem cheios. Os resultados mostraram uma variação enorme: alguns pararam após ingerir apenas 140 calorias, enquanto outros consumiram mais de 2 mil calorias. Essa diferença não foi explicada por fatores como peso, altura, percentual de gordura ou hormônios relacionados ao apetite.
Para entender essa variabilidade, os pesquisadores aplicaram aprendizado de máquina para combinar variantes em 10 genes relacionados à ingestão alimentar, criando o Escore Genético de Risco para Saciedade Calórica (CTS-GRS). Esse escore, obtido a partir de uma amostra de sangue ou saliva, estima o limiar de saciedade individual.
Testando o CTS-GRS em ensaios clínicos com dois medicamentos aprovados pela FDA — a combinação fentermina-topiramato (Qsymia) e a liraglutida (Saxenda) —, os cientistas descobriram que pessoas com limiar de saciedade elevado perdem mais peso com a fentermina-topiramato, que ajuda a controlar o tamanho das porções. Já aquelas com limiar baixo respondem melhor à liraglutida, que reduz a fome e a frequência das refeições.
“Com um único teste genético, podemos prever quem tem mais chance de obter sucesso com dois tipos de medicamento,” afirma o Dr. Andres Acosta, gastroenterologista da Mayo Clinic e autor sênior do estudo. “Isso significa um cuidado com um maior custo-benefício e com melhores resultados para os pacientes.”
Além disso, a equipe está expandindo a pesquisa para incluir a semaglutida (Ozempic e Wegovy) e incorporar dados do microbioma e metaboloma, além de desenvolver modelos para prever efeitos colaterais comuns, como náuseas e vômitos.
Essa inovação já está sendo aplicada em 300 clínicas nos Estados Unidos, mostrando que o futuro do tratamento da obesidade está na personalização, respeitando a biologia única de cada pessoa e oferecendo terapias mais eficazes e seguras.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA