O Presente Perfeito no Dia das Crianças: Tempo, Cor e Presença em Família
Como a arte e o brincar fortalecem os laços familiares e promovem o bem-estar emocional em meio à rotina acelerada
Vivemos em um tempo em que a pressa, as cobranças e a hiperconectividade nos afastam cada vez mais de nós mesmos. No mês das crianças, em que as brincadeiras e os momentos em família ganham protagonismo, o convite é para desacelerar e redescobrir o prazer das atividades simples. Em meio à correria da cidade, o Pintando o 7 Ateliê surge como um espaço onde arte, bem-estar e afeto se encontram, apoiado por pesquisas que mostram o poder transformador dos hobbies na saúde mental e emocional.
E não se trata apenas de percepção individual. Um levantamento conduzido no Reino Unido em parceria com a Organização Mundial da Saúde revelou que o contato com a arte, seja frequentando eventos culturais ou colocando a mão na massa em atividades criativas, está associado à melhora de sintomas de depressão, alívio de dores, redução do risco de demência e até ao fortalecimento físico.
A ciência também tem olhado para os hobbies de forma mais ampla. Uma análise publicada pela Harvard Health com mais de 93 mil pessoas acima dos 65 anos, em 16 países, apontou que quem mantém um hobby ativo relata níveis mais altos de felicidade, maior satisfação com a vida, menos sintomas depressivos e uma percepção mais positiva da própria saúde.
Foi essa descoberta que transformou a trajetória da psicóloga, empresária e hipnoterapeuta Brunna Dolgosky. “Ainda jovem, durante um intercâmbio nos Estados Unidos, eu percebi o quanto a arte é parte do cotidiano americano, presente desde cedo nas escolas, nos lares e nas ruas. Entre tantas experiências, eu descobri o hábito de pintar cerâmicas que, depois de um tempo, se transformaram em louças. E foi como eu comecei a me encantar pela simplicidade e profundidade desse gesto criativo”, conta.
De volta ao Brasil, decidiu unir sua formação em psicologia à paixão pela arte, aprofundando seus estudos em arteterapia e criando um espaço onde a arte pudesse ser uma ponte para o bem-estar. Assim nasceu o Pintando o 7 Ateliê, um local onde pintar uma peça de cerâmica pode significar muito mais do que uma atividade manual: é um convite ao silêncio interno, à criatividade e à construção de memórias afetivas.
“No ateliê, avós pintam ao lado de netos, mães dividem pincéis com filhas, famílias inteiras redescobrem o prazer de estarem juntas em um mesmo momento, sem pressa, sem telas, apenas vivendo. Entre cores e traços, dores se suavizam, talentos escondidos emergem e pessoas que acreditavam não ter habilidade para a arte se emocionam ao ver o resultado do processo”, comenta a psicóloga.
5 caminhos para cultivar um hobby que transforma
1. Escolha algo que desperte desejo antigo
“Escolher algo que desperte um desejo antigo é um ótimo começo. Muitas vezes, aquele sonho engavetado de aprender violão, dançar ou pintar está justamente esperando o momento de florescer”, destaca.
2. Faça do hobby parte da sua rotina
“Quando você reserva um tempo fixo para essa atividade, o cérebro entende que existe um espaço destinado ao prazer, e isso gera mais energia e clareza mental para todo o resto”, explica a psicóloga e hipnoterapeuta.
3. Desconecte-se das telas
“Um hobby criativo nos devolve a presença. É um antídoto poderoso contra a exaustão digital, porque nos coloca em contato com o agora, com o que realmente importa”, afirma.
4. Convide alguém especial
“Convidar familiares ou amigos para pintar, dançar e cozinhar junto transforma o hobby em lembrança afetiva, em histórias que atravessam gerações”, complementa.
5. Valorize o processo, não apenas o resultado
“A beleza não está em alcançar um resultado perfeito, mas em explorar, brincar, errar e se surpreender com o que surge. É no percurso que o hobby revela seu verdadeiro poder de resgate e renovação”, entende a especialista.
Na Pintando o 7 Ateliê, cada pincelada é mais do que cor sobre a cerâmica. É um reencontro consigo mesmo, é uma memória que se eterniza, é um abraço silencioso entre gerações. “Já vi lágrimas virarem sorrisos, pessoas descobrirem talentos que nunca imaginaram ter e famílias se reconectarem longe das telas e da pressa. Aqui, a arte deixa de ser apenas terapia ou diversão: ela se transforma em experiência. É viver um momento único de criação, afeto e presença, daqueles que permanecem na alma muito depois da última pincelada”, conclui Brunna Dolgosky.
Por Brunna Dolgosky
psicóloga, hipnoterapeuta, empresária, especialista em arteterapia
Artigo de opinião