Jornada do paciente com câncer de pâncreas: avanços em cuidados, terapias e tecnologia no PANCREAS 2025
Especialistas internacionais destacam a importância da integração entre ciência, humanização e ativismo para transformar o tratamento do câncer de pâncreas
O PANCREAS 2025, realizado em São Paulo, consolidou-se como um evento global de referência no combate ao câncer de pâncreas, reunindo especialistas do Brasil, Itália e Estados Unidos para discutir avanços e desafios na jornada do paciente. Com dados fornecidos pela assessoria de imprensa, o evento destacou a importância de uma abordagem multidisciplinar que integra cuidados paliativos, terapias de precisão, cirurgia robótica e advocacy para melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes.
A médica paliativista Fabiana Gomes de Campos, do A.C.Camargo Cancer Center, abriu o painel ressaltando que os cuidados paliativos devem ser iniciados desde o diagnóstico, considerando o paciente além do tumor. Segundo ela, “a Organização Mundial da Saúde descreve os cuidados paliativos como uma abordagem multi e interdisciplinar que melhora a qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida”. Fabiana enfatizou que o alívio do sofrimento e a manutenção da qualidade de vida envolvem não só o tratamento médico, mas também apoio nutricional, fisioterapia, psicologia e espiritualidade. Ela ainda destacou estudos que mostram que a atividade física pode aumentar a sobrevida em mais de 30%, além da importância de uma rede de apoio para pacientes, que geralmente são adultos relativamente jovens.
O oncologista Tiago Cordeiro Felismino, também do A.C.Camargo, abordou os desafios terapêuticos, explicando que mutações genéticas como KRAS e BRCA abrem caminho para tratamentos personalizados. “Duas moléculas, Sotorasibe e Adagrasibe, já mostram algum benefício nesse subgrupo raro de pacientes, com taxas de resposta próximas a 20%”, afirmou. Ele também destacou que pacientes com mutações germinativas de BRCA podem se beneficiar de inibidores de PARP, aumentando a sobrevida livre de progressão. Contudo, Felismino ressaltou que a imunoterapia ainda apresenta respostas limitadas no câncer de pâncreas, indicando a necessidade de explorar novas estratégias como terapias CAR-T e vacinas terapêuticas.
No campo cirúrgico, o professor Ugo Boggi, da Universidade de Pisa, apresentou dados que comprovam a superioridade da cirurgia robótica sobre a laparoscopia em segurança, tempo de recuperação e mortalidade, desde que os pacientes sejam criteriosamente selecionados. Ele destacou que, nos últimos três anos, dois terços das ressecções pancreáticas na Itália foram realizadas por via robótica, com resultados promissores em estudos clínicos internacionais.
O encerramento do painel ficou a cargo de Julie Fleshman, presidente da Pancreatic Cancer Action Network (PanCAN), que ressaltou o impacto do ativismo e do financiamento em pesquisa na triplicação da taxa de sobrevida em cinco anos nas últimas décadas. Ela defendeu a importância da equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente em regiões fora dos grandes centros médicos.
Em resumo, o PANCREAS 2025 evidenciou que transformar a jornada do paciente com câncer de pâncreas exige a integração de avanços científicos, tecnologia, políticas públicas e empatia, sempre colocando o paciente no centro do cuidado. A colaboração entre especialistas, pacientes e sociedade civil é fundamental para enfrentar essa doença silenciosa e desafiadora.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA