Ministério da Saúde amplia acesso à terapia dupla para HIV em pessoas com mais de 35 anos

Mais de 70 mil brasileiros poderão simplificar o tratamento com dose única combinada no SUS

O Ministério da Saúde anunciou uma importante ampliação no acesso ao tratamento para pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no Brasil. Agora, a terapia dupla com dose única combinada de lamivudina 300mg e dolutegravir 50mg está recomendada para pacientes com mais de 35 anos, beneficiando mais de 70 mil pessoas. A informação foi divulgada por meio da Nota Técnica 200/2025, que atualiza os critérios para migração do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes, essa terapia dupla era indicada apenas para pessoas com mais de 40 anos. Com a mudança, pacientes que atualmente tomam três comprimidos diários (dois de lamivudina e um de dolutegravir) poderão passar a usar apenas um comprimido, o medicamento Dovato, produzido em parceria entre a GSK/ViiV Healthcare e a Farmanguinhos/Fiocruz, e distribuído gratuitamente pelo SUS.

A substituição para a terapia dupla pode ser feita independentemente da data de início do tratamento e não exige que o paciente esteja previamente em uso dos comprimidos separados. Além disso, o uso concomitante de anticonvulsivantes como carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína ou fenobarbital não é mais contraindicado, desde que haja ajuste correto da posologia do dolutegravir.

Para ter acesso ao tratamento gratuito, além da idade superior a 35 anos, o paciente deve apresentar carga viral indetectável (inferior a 50 cópias/mL), ausência de hepatite B crônica, adesão regular ao tratamento, ausência de falha virológica anterior e indicação médica. A nota técnica mantém também a recomendação para terapia dupla em usuários a partir de 12 anos, com peso superior a 25 kg, desde que tenham iniciado a terapia antirretroviral antes dos 18 anos.

O Brasil foi pioneiro na rápida disponibilização dessa dose fixa combinada, beneficiando mais de 100 mil pacientes já no primeiro ano da adoção da combinação lamivudina e dolutegravir. Atualmente, cerca de 850 mil pessoas estão em terapia antirretroviral no país, sendo que aproximadamente 200 mil utilizam terapia dupla.

Segundo o infectologista Jucival Fernandes, gerente médico da GSK/ViiV Healthcare, “a ampliação do acesso à terapia dupla de dose única para pessoas a partir de 35 anos representa um avanço no combate ao HIV/AIDS no Brasil, levando muitos benefícios aos pacientes. O Ministério da Saúde tem ampliado progressivamente os grupos aptos a migrar de terapia, e espera-se que uma nova mudança reduzindo a faixa etária possa trazer ainda mais benefícios, como menor número de comprimidos, menos interações, menos efeitos adversos, maior adesão e melhor qualidade de vida para quem vive com HIV/AIDS”.

A terapia dupla consiste no uso simultâneo de dois medicamentos que controlam o vírus, reduzindo sua quantidade no organismo e impedindo a replicação viral. Quando a viremia está suprimida, a transmissão sexual do vírus não ocorre, o que reforça a importância do tratamento para a saúde individual e coletiva.

Dovato, o medicamento utilizado nessa terapia, é de dose única diária e pode ser tomado em jejum. Ele combina dolutegravir, que impede a integração do DNA viral ao material genético das células humanas, e lamivudina, que bloqueia a conversão do RNA viral em DNA, evitando a multiplicação do vírus.

Desde o surgimento dos antirretrovirais na década de 1980, o tratamento do HIV evoluiu significativamente, permitindo que pessoas em terapia adequada tenham expectativa de vida semelhante à da população geral. De acordo com o Relatório Global do UNAIDS 2023, o acesso facilitado ao tratamento evitou quase 21 milhões de mortes relacionadas à Aids nas últimas três décadas, com uma redução de 69% no número de óbitos associados.

Essa ampliação no acesso à terapia dupla no SUS representa um avanço importante para a saúde pública e para a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV no Brasil, promovendo tratamentos mais simples, eficazes e com menor toxicidade.

Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde e parceiros. Para informações específicas e orientações sobre o tratamento, consulte sempre um profissional de saúde.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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