Amor e Afeto na Maturidade: Quebrando Tabus Sobre Relacionamentos na Terceira Idade
Especialista da SBGG destaca como o amor após os 60 fortalece autoestima, saúde e qualidade de vida
O amor não tem idade, e relacionamentos afetivos na terceira idade devem ser vistos com naturalidade e respeito. Essa é a mensagem reforçada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), que comenta a importância de vínculos emocionais para pessoas acima dos 60 anos. A reflexão ganhou destaque após a exibição da edição 50+ do reality show “Casamento às Cegas Brasil” na Netflix, que mostrou participantes maduros em busca de relacionamentos sérios.
Segundo a psicóloga Valmari Cristina Aranha Toscano, membro da Comissão de Formação Gerontológica da SBGG, o interesse em se relacionar não diminui com a idade. “O amor acontece de maneiras diferentes em cada etapa das nossas vidas e essa questão de se relacionar afetivamente na velhice é importante, pois faz a pessoa se sentir viva e socialmente inserida.” Ela destaca que estar em um relacionamento saudável melhora o autocuidado, a autoestima e o desejo de experimentar novas situações, especialmente após os 60 anos, quando “os protocolos” sociais costumam ser mais flexíveis.
Valmari também ressalta as diferenças entre relacionamentos em diferentes fases da vida. Aos 50 ou 60 anos, as pessoas geralmente têm uma história de vida consolidada, hábitos e experiências que influenciam a forma como se relacionam. “Hoje, aos 60 anos, muitas pessoas estão bem física e cognitivamente, sentindo-se com a autoestima preservada, aptos a uma vida sexual importante e saudável.” Ela alerta, porém, para o papel da família, que pode interferir negativamente ao tentar proteger os idosos, o que muitas vezes os leva a esconder seus relacionamentos por medo de julgamentos.
O tabu em torno da sexualidade na terceira idade ainda é grande, pois a sociedade tende a imaginar a velhice como uma fase “asexuada”. “É comum imaginar a velhice de uma maneira mais ‘sagrada’ e até mesmo assexuada, por isso a estranheza”, explica a psicóloga. Ela enfatiza a importância de ouvir os familiares que demonstram resistência, mas alerta que o simples “porque não” não deve ser aceito sem reflexão.
O etarismo, ou preconceito contra a idade, também é um desafio enfrentado por quem busca amor na maturidade. No reality, uma participante de 70 anos relatou que sua idade foi um fator negativo para ser escolhida. Ainda assim, o programa mostrou que a idade é apenas um marcador biológico e que a maturidade emocional depende mais da personalidade e das experiências de vida do que dos anos vividos.
Por fim, Valmari orienta que proteger-se emocionalmente é essencial para evitar relacionamentos tóxicos. “Cuidar da autoestima, olhar para o par sem idealizações e não aceitar qualquer relacionamento para não ficar sozinho” são atitudes recomendadas para construir vínculos saudáveis e enriquecedores.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa da SBGG, reforçando a importância de desmistificar o amor na terceira idade e valorizar a qualidade de vida e o bem-estar emocional em todas as fases da vida.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA