Mulheres no Comando do Amor: Da Negociação à Escolha Consciente

Como a autonomia feminina transformou os relacionamentos, rompendo com antigos arranjos sociais e redefinindo o poder nas relações afetivas

Os luxuosos bailes e romances envolventes da série Bridgerton no século XIX parecem tornar a vida da nobreza um conto de fadas. Mas, por trás da estética glamourosa, a realidade da época era muito mais dura: casamentos eram arranjados por famílias movidas por interesses financeiros, oportunidades de agregar títulos, rendas e propriedades.

A mulher, nesse contexto, tinha pouca ou nenhuma voz sobre com quem dividiria sua vida. Amor e afinidade pessoal raramente eram considerados. Para muitas, a vida adulta começava sob a sombra de uma união imposta, sem poder de escolha.

As moças eram apresentadas a dezenas de rapazes, saíam na frente aquelas que tinham talentos considerados notáveis para uma dama, mas características como personalidade e beleza não eram os fatores decisivos. No fim do dia, importavam mesmo: status social, fortuna, herança e sucessão.

O contraste com os relacionamentos atuais é evidente. Ainda que no modelo Sugar exista a semelhança nos recursos, estilo de vida e experiências, a diferença está na liberdade de decisão. Hoje, mulheres que optam por esse tipo de relação fazem isso por vontade própria, sem imposições familiares ou pressões sociais. Elas podem escolher seus parceiros, estabelecer limites, negociar os termos da relação e, sobretudo, decidir se querem ou não viver esse modelo.

Enquanto no passado eram reduzidas a peças de negociação entre famílias, no presente elas se apropriam da lógica do relacionamento com homens de maior poder econômico, mas a partir de um lugar de autonomia. O que antes era obrigação, hoje pode ser escolha consciente. “Hoje, muitas mulheres valorizam estar com homens bem-sucedidos, que ofereçam segurança, maturidade e um estilo de vida alinhado com o que elas desejam. Afinidade também é sobre objetivos, valores e visão de futuro, isso é compatibilidade”, destaca Caio Bittencourt, especialista em relacionamento.

Os casamentos arranjados de séculos atrás representavam a ausência de voz feminina, já os relacionamentos Sugar contemporâneos, apesar das críticas, revelam a valorização da escolha e a possibilidade de mulheres definirem os rumos de suas próprias vidas.

É essa mudança que torna a comparação entre Bridgerton e o modelo de relacionamento Sugar tão potente, de um sistema cruel que é romantizado na ficção para um modelo atual e real em que o poder de decisão finalmente está nas mãos delas. O que antes era um contrato entre famílias, hoje é a celebração da liberdade feminina de escolher, inclusive a de viver um relacionamento Sugar.

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Por Caio Bittencourt

especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio.com

Artigo de opinião

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