O cérebro na maratona: como a corrida extrema transforma sua energia cerebral

Entenda o mecanismo surpreendente que o cérebro usa para se adaptar durante uma maratona e como isso impacta a saúde mental e física

A corrida de rua é uma das atividades físicas que mais cresce no Brasil, com um aumento de 29% no número de eventos oficiais no último ano, segundo dados da Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor (ABOC). Mas você sabia que durante uma maratona o cérebro passa por adaptações energéticas surpreendentes para garantir o funcionamento mesmo em condições extremas?

Dados da assessoria de imprensa da Afya revelam que uma pesquisa publicada na revista Nature Metabolism mostrou que, quando as reservas de glicose do corpo se esgotam durante uma corrida longa, o cérebro começa a utilizar a própria mielina — a camada protetora dos neurônios — como fonte emergencial de energia. Essa redução temporária da mielina ocorre especialmente em áreas ligadas ao controle motor, mas é um processo reversível: os níveis voltam ao normal cerca de dois meses após o esforço intenso.

O neurocirurgião Dr. Marcelo José da Silva de Magalhães explica que, em situações de estresse extremo, a mielina pode ser consumida pelos oligodendrócitos, células responsáveis por sua produção, como uma forma de adaptação do sistema nervoso. “Esse fenômeno é interpretado como uma forma de plasticidade cerebral diante de condições clínicas severas”, afirma. Ele destaca ainda que o tecido cerebral utiliza outras fontes energéticas, como glicose e corpos cetônicos produzidos pelo fígado, para manter o funcionamento adequado.

A mielina é fundamental para a transmissão rápida dos estímulos nervosos, e sua integridade é essencial para o bom desempenho cerebral e motor. Após o período de esforço intenso, o cérebro retoma a síntese da mielina, processo que pode durar várias semanas, restaurando as fibras axonais ao estado fisiológico normal.

Além do cérebro, o corpo do maratonista também passa por adaptações significativas. A fisiologista Dra. Melissa Ulhôa comenta que o treinamento progressivo prepara o organismo para demandas extremas, incluindo ajustes no sono, alimentação e recuperação. Conforme a corrida se prolonga e os estoques de carboidratos diminuem, o corpo utiliza fontes alternativas, como corpos cetônicos e lactato, para fornecer energia rápida aos músculos e ao cérebro.

Essa pesquisa abre caminho para novas estratégias de treinamento e nutrição, focadas em melhorar a eficiência energética cerebral e a performance atlética. Exercícios aeróbicos regulares, por exemplo, promovem melhor circulação cerebral, adaptações mitocondriais e maior flexibilidade metabólica, beneficiando não só o corpo, mas também a mente.

Com o Brasil se consolidando como o segundo país com mais atletas na plataforma Strava, o interesse pela corrida e seus benefícios para a saúde física e mental só cresce. Entender o que acontece no cérebro durante uma maratona ajuda a valorizar ainda mais essa prática que alia resistência, disciplina e bem-estar.

Seja você uma corredora iniciante ou experiente, conhecer esses processos pode inspirar um cuidado maior com o corpo e a mente, promovendo um estilo de vida mais saudável e equilibrado. Afinal, o que acontece dentro do nosso cérebro durante o esforço extremo é um verdadeiro exemplo de resiliência e adaptação.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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