Exposição “Trans-fios: tecer vidas” de Marta Matushita é prorrogada até 11/10 em São Paulo
Obras feitas com fios de cabelo e elementos naturais revelam a conexão da artista nipo-brasileira com a natureza e o tempo
A exposição “Trans-fios: tecer vidas”, da artista nipo-brasileira Marta Matushita, foi prorrogada até o dia 11 de outubro na Lacerdine Galeria de Arte, em São Paulo. A mostra, que já vem atraindo grande público, apresenta cerca de 150 trabalhos que exploram a delicada relação entre o corpo, a natureza e a passagem do tempo, utilizando materiais pouco convencionais como fios de cabelo, favos de abelha, exoesqueletos de cigarras, caracóis e moscas.
Com 70 anos, Marta traz para sua primeira individual na capital paulista uma trajetória artística marcada por múltiplas linguagens e uma forte conexão com suas raízes japonesas. A artista já expôs em importantes centros culturais como Berlim, Milão, Nova York e Genebra, e agora convida o público a mergulhar em um universo sensorial e poético.
Durante a vernissage, realizada no dia 18 de setembro, Marta realizou uma performance que emocionou os presentes. Ela pintou uma tela de três metros utilizando seus próprios cabelos e tinta sumi, uma técnica tradicional japonesa à base de carvão vegetal e água. A apresentação foi dividida em três fases: o passado, simbolizado pelos banners que ela percorreu; o presente, representado pela pintura com seus cabelos; e o futuro, marcado pelo corte dos fios, gesto que simboliza desapego e renovação. Marta não cortava os cabelos há 14 anos, e essa ação foi um momento emblemático da mostra.
A artista explica que os fios de cabelo possuem uma potência singular em suas obras, representando a feminilidade e a passagem do tempo. Além disso, ela valoriza elementos naturais geralmente invisíveis, dando-lhes uma nova dimensão poética. “Esses organismos ganham uma nova dimensão poética em minhas criações”, afirma Marta.
Entre as obras em exposição estão “Epifania I e II”, que trazem poesias de Clarice Lispector bordadas com seus cabelos, “DNA” e “Conexão”, criadas com fios de outras pessoas, além de xilogravuras, fotografias e instalações híbridas com elementos naturais. A mostra também inclui trabalhos desenvolvidos durante uma viagem ao Japão em 2017, que exploram sua identidade nipo-brasileira em diálogo com a natureza.
Geraldo Lacerdine, curador e proprietário da galeria, destaca a sensibilidade das obras: “Ela trabalha coletando elementos da própria natureza e os transforma. Nada pode ser desperdiçado, e seus cabelos são parte desse reaproveitamento. São obras muito sensíveis e interessantes que valem ser conferidas.”
Como parte da programação, no dia 27 de setembro, será realizada uma oficina de xilogravuras japonesas com Fernando Saiki, doutor em Xilogravura pela Universidade de Artes de Tóquio, com demonstração prática de impressão colorida.
A exposição “Trans-fios: tecer vidas” pode ser visitada gratuitamente de segunda a domingo, das 8h às 19h, na Lacerdine Galeria, localizada em Higienópolis. Esta é uma oportunidade única para apreciar a arte contemporânea que une tradição, natureza e a força da feminilidade em uma experiência sensorial e reflexiva.
Informações detalhadas foram fornecidas pela assessoria de imprensa da galeria.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA