Saúde bucal pode triplicar risco de câncer de pâncreas, revela estudo
Pesquisa aponta microbioma oral como possível biomarcador para detecção precoce do tumor agressivo
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Um estudo recente publicado na revista Jama Oncology trouxe uma importante descoberta sobre a relação entre a saúde bucal e o risco de câncer de pâncreas, um dos tumores mais agressivos e com alta mortalidade no mundo. A pesquisa indica que a presença de determinados microrganismos na boca pode triplicar as chances de desenvolver essa doença, abrindo novas possibilidades para o rastreamento precoce por meio de exames simples, como a análise da saliva.
O microbioma oral, que compreende bactérias, fungos e vírus presentes na cavidade bucal, pode funcionar como um biomarcador não invasivo. Isso significa que, se confirmado em estudos maiores, o exame do microbioma oral pode ajudar na detecção antecipada do câncer de pâncreas, etapa fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento.
O oncologista Mauro Donadio, da Oncoclínicas, explica que o câncer de pâncreas é frequentemente diagnosticado tardiamente porque seus sintomas iniciais são inespecíficos ou ausentes. “Isso dificulta o tratamento e impacta negativamente as taxas de sobrevida”, destaca. Entre os fatores de risco estão tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, pancreatite crônica, diabetes mellitus e histórico familiar da doença.
Donadio ressalta que alguns desses fatores são modificáveis, como a obesidade. “Estudos mostram que a perda de apenas 10% do peso corporal já reduz consideravelmente o risco de desenvolver vários tipos de câncer, inclusive o de pâncreas.” Nos estágios avançados, sintomas como dor abdominal, perda de peso, icterícia e alterações no controle do diabetes podem surgir.
A relação entre diabetes e câncer pancreático é complexa. Cerca de 80% dos pacientes com câncer de pâncreas apresentam intolerância à glicose ou diabetes no momento do diagnóstico. “Há uma via de mão dupla: o câncer pode induzir alterações metabólicas que levam ao diabetes, mas o diabetes tipo 2 mal controlado também pode aumentar o risco do tumor”, explica o especialista.
O diagnóstico envolve exames laboratoriais, de imagem e, em alguns casos, biópsia. A detecção precoce, quando o tumor está restrito ao pâncreas, aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento, que geralmente combina cirurgia e quimioterapia. Em certos casos, a quimioterapia é realizada antes da cirurgia para reduzir o tumor e facilitar o procedimento.
Apesar dos desafios, os avanços em medicina personalizada e genética têm trazido esperança. “Com a identificação de subtipos moleculares do câncer de pâncreas, conseguimos desenvolver terapias mais específicas e direcionadas. O futuro da oncologia pancreática é promissor”, conclui Donadio.
Essa pesquisa reforça a importância de cuidar da saúde bucal não apenas para evitar problemas locais, mas também como parte de uma estratégia integrada de prevenção de doenças graves, incluindo o câncer. Manter uma boa higiene oral e realizar exames regulares pode ser um passo simples e eficaz para a saúde geral.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA