Lições do Everest para a Liderança Empresarial: Superando Desafios Extremos

Como a experiência do montanhismo revela habilidades essenciais para fortalecer equipes e carreiras no ambiente corporativo

Poucas experiências são tão desafiadoras e transformadoras quanto escalar uma das maiores montanhas do planeta. Para Aretha Duarte, executiva, empreendedora social e primeira mulher negra latino-americana a conquistar o Everest, cada etapa do montanhismo revela muito mais do que resistência física ou preparo técnico: é sobre desenvolvimento humano. “Escalar é decidir inúmeras vezes, é confiar no seu time, perceber suas emoções, ter disciplina, planejar cada passo e, muitas vezes, mudar rotas rapidamente, assim como nos negócios”, destaca Aretha.

A vivência nas grandes montanhas materializa de forma prática e intensa valores fundamentais buscados no universo das empresas: planejamento, espírito de equipe, gestão de conflitos, resiliência, comunicação, liderança situacional, gestão de riscos e, acima de tudo, o poder de decidir sob pressão.

No montanhismo, a liderança se mostra fundamental principalmente nos momentos de incerteza. Não basta comandar: é preciso inspirar confiança, orientar de forma transparente, reconhecer limites, negociar rumos e manter o grupo motivado. O ambiente incerto das trilhas lembra o cenário corporativo: instável, mutável e repleto de decisões que devem ser tomadas de maneira rápida, assertiva e responsável.

“O topo é importante, mas a jornada e quem está ao nosso lado são ainda mais valiosos. O que aprendo nas montanhas é que nenhuma conquista faz sentido sem equipe, sem clareza na comunicação, sem coragem para decidir e sem humildade para ouvir e ajustar o percurso juntos”, reforça Aretha.

Tomar decisões sob pressão é parte do cotidiano de quem escala grandes cumes. São escolhas que podem significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, ou mesmo entre a segurança e o risco. No ambiente empresarial, líderes que desempenham esse papel, levando em conta variáveis externas, escutando especialistas e confiando em sua intuição e preparo, se destacam pelo seu impacto direto sobre os resultados do negócio.

A comunicação precisa, tão vital na escalada, se traduz nas corporações na capacidade de transmitir ideias de modo claro, alinhar expectativas e garantir segurança psicológica ao time. “Na montanha, um erro de comunicação pode comprometer toda a equipe. Nas empresas, o ruído também afeta a performance e prejudica objetivos comuns”, explica a montanhista.

Para além disso, as trilhas ensinam a gestão de riscos de maneira contundente. Avaliar perigos e decidir por continuar ou recuar com responsabilidade são habilidades transferíveis ao cotidiano das organizações, que também operam sob incertezas. O mesmo vale para a resolução criativa de problemas quando surgem imprevistos e não há todos os recursos disponíveis.

Por fim, o autoconhecimento, a autoconfiança e a autodisciplina, indispensáveis para alcançar o cume, moldam líderes mais completos, resilientes e inspiradores. “Meu maior desafio foi entender que o topo não é o fim, mas uma parte do processo. O verdadeiro crescimento está na preparação, na constância, na escuta e na coragem de tentar”, completa Aretha, que hoje ajuda executivos e empresas a desenvolverem seus times para enfrentar grandes mudanças e melhorar o desempenho profissional.

Propor essa imersão no ambiente inóspito da montanha transforma líderes e equipes, promovendo aprendizados que transcendem o universo corporativo e acompanham os profissionais por toda a vida e carreira.

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Por Aretha Duarte

Guia de montanha, primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Everest, executiva, empreendedora social, formada em Educação Física, palestrante corporativa, embaixadora de marcas e projetos sociais.

Artigo de opinião

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