Alimentação de conforto em demência avançada: cuidado, dignidade e bem-estar

Novo guia prático destaca a importância do ato de alimentar como expressão de afeto e respeito em pessoas com demência avançada

Com o envelhecimento da população, a demência avançada tem se tornado um desafio crescente para a saúde pública. Nesse cenário, a alimentação vai muito além da simples necessidade nutricional, assumindo um papel fundamental como símbolo de cuidado, dignidade e vínculo afetivo. Dados recentes da assessoria de imprensa destacam a importância da alimentação de conforto por via oral, uma abordagem cuidadosa e adaptada que prioriza o bem-estar do paciente em detrimento de métodos invasivos, como sondas nasogástricas ou gastrostomias.

Estudos científicos indicam que a alimentação por sondas, comum entre pessoas com demência avançada, não traz benefícios significativos para o estado nutricional nem prolonga a vida. Pelo contrário, está associada a uma mortalidade quase duas vezes maior e a um risco de pneumonia mais de três vezes superior. Além disso, não há evidências de que esse método alivie dor ou desconforto, podendo até aumentar complicações como úlceras de pressão.

Um estudo populacional canadense publicado em 2025 analisou mais de 143 mil idosos hospitalizados com demência e revelou que aqueles que receberam sondas tiveram maior tempo de internação, mais permanência em UTI e mortalidade hospitalar elevada. A sobrevida após alta também foi significativamente menor, com cerca de 50% falecendo em até um ano, contra 28% dos que não foram submetidos a sondas. Esses dados reforçam a necessidade de repensar práticas e priorizar o conforto e a dignidade do paciente.

Nesse contexto, o livro “Alimentação de Conforto para Pessoas com Demência Avançada: Novo Guia Prático para Profissionais de Saúde”, das fonoaudiólogas Juliana Venites e Cristina Zerbinati, surge como uma referência inédita no Brasil. A obra reúne fundamentos teóricos e práticos para orientar profissionais de saúde a adotarem uma abordagem centrada no conforto oral, integrando conhecimentos de nutrição, geriatria, psicologia e terapia ocupacional.

“A alimentação de conforto respeita a dignidade e o vínculo afetivo que o ato de comer representa, ao invés de priorizar vias artificiais que muitas vezes distanciam o paciente do significado humano da refeição”, destaca Juliana Venites. Para Cristina Zerbinati, o guia também oferece acolhimento aos profissionais: “Este guia foi pensado para oferecer não apenas embasamento científico, mas orientações práticas e sensíveis que auxiliem os profissionais de saúde a reafirmar o cuidado como presença, e não como simples reposição nutricional.”

O livro aborda desde a importância cultural e simbólica do ato de comer até o manejo clínico da inapetência e o papel do fonoaudiólogo, propondo uma mudança de paradigma que valoriza o ato de alimentar como expressão de cuidado, conforto e respeito. Assim, a alimentação de conforto se consolida como prática essencial para garantir uma assistência mais humana, consciente e baseada em evidências, mostrando que alimentar é também confortar, acolher e dignificar.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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