Os riscos reais de beber energético demais

Você já tomou um energético pra aguentar aquela rotina puxada, trabalho até tarde ou estudar para provas? É comum. Mas quando vira hábito — ou pior, exagero — os efeitos vão muito além daquele “up” momentâneo. Aqui vão os dados, as fontes, e por que vale a pena repensar.

Você já tomou um energético pra aguentar aquela rotina puxada, trabalho até tarde ou estudar para provas? É comum. Mas quando vira hábito — ou pior, exagero — os efeitos vão muito além daquele “up” momentâneo. Aqui vão os dados, as fontes, e por que vale a pena repensar.

O que são bebidas energéticas?

São bebidas que contêm estimulantes (como cafeína, guaraná), açúcar em quantidades grandes, outras substâncias como taurina, vitaminas do complexo B, etc. Elas prometem disposição rápida, foco, energia extra — mas vêm com efeitos colaterais.


Efeitos no corpo com uso frequente ou em alta dose

  1. Coração e pressão arterial

    • Estudos mostram que logo após o consumo de energéticos há aumento da frequência cardíaca (“batimentos do coração”) e da pressão arterial. PMC+2sutterhealth.org+2

    • Há casos em que arritmias (batidas irregulares do coração) foram relatadas. Em pessoas com condições cardíacas pré-existentes, os riscos aumentam bastante. PMC+2Frontiers+2

  2. Sono, ansiedade e saúde mental

    • Mesmo um energético por mês já foi associado a distúrbios do sono: dificuldade para dormir, dormir menos horas, despertares noturnos. The Guardian+2ScienceDirect+2

    • Há relatos de ansiedade, irritabilidade, tremores — especialmente em adolescentes ou pessoas sensíveis à cafeína. PMC+2UCLA Health+2

  3. Problemas metabólicos, de peso e açúcar no sangue

    • O açúcar presente em muitos energéticos pode contribuir para ganho de peso, obesidade, resistência à insulina. BioMed Central+2Mayo Clinic Health System+2

    • Spikes (altos picos) de glicose seguidos de quedas bruscas podem gerar sensação de cansaço logo após o “pico energético”.

  4. Sistema nervoso, dependência e “crashes”

    • O uso frequente pode levar a tolerância: precisa-se de mais para obter o mesmo efeito de alerta. Pode haver dependência (querer ou “precisar” da bebida pra funcionar). PMC+1

    • Quando passa o efeito, pode vir aquele “baque”: cansaço, irritabilidade, queda de desempenho.

  5. Problemas gastrointestinais e dores físicas

    • Náuseas, vômitos, dor no peito, dor abdominal, tonturas e tremores são citados como efeitos adversos. Nos estudos compilados, esses sintomas aparecem com frequências variáveis, mas não raramente. MDPI+1

    • O consumo crônico está associado a internações em casos mais graves ou quando combinados com outras substâncias. MDPI+1

  6. Risco em combinações (álcool, outras drogas, exercícios intensos)

    • Misturar energético com álcool pode mascarar a percepção de embriaguez, levando a consumo excessivo de álcool, riscos de acidentes, desidratação etc. sutterhealth.org+1

    • Fazer exercício intenso logo depois de tomar energético (especialmente em climas quentes) pode aumentar estresse cardiovascular e risco de sobrecarga no organismo.


Dados numéricos, pra pesar de verdade

  • Em uma revisão recente (2025) com 96.549 pessoas (média de idade ~15 anos) foram identificados efeitos adversos comuns: taquicardia (~13-30%), náuseas (~10-25%), tremores musculares, pressão alta, vômitos etc. MDPI

  • Nos EUA, o FDA relata que entre 2022-2023 houve 24,2% de aumento nos casos de exposição de crianças e adolescentes (<20 anos) a energéticos, com hospitalizações frequentes. Harvard Health

  • Estudo com mais de 53.000 pessoas na Noruega (18-35 anos) encontrou que consumir energético uma vez por mês já está associado a pior qualidade de sono. Quem consome diariamente dorme ~30 minutos a menos que quem raramente consome. The Guardian


Quem está mais em risco

  • Adolescentes e jovens, pois os sistemas cardiovascular e nervoso ainda estão em desenvolvimento.

  • Pessoas com problemas pré-existentes: hipertensão, arritmias, distúrbios de sono, ansiedade, doenças metabólicas ou renais.

  • Quem mistura com álcool ou já está fatigado/chateado/estressado, dormindo pouco.

  • Altas doses de cafeína acumuladas (não só de energético, mas de outras fontes: café, chás fortes, suplementos etc.).


Que dose é muito (ou potencialmente perigosa)

  • A FDA e outras entidades de saúde consideram que mais de 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis pode começar a causar efeitos adversos notáveis. Mayo Clinic Health System+2Harvard Health+2

  • Muitas latas/potes de energéticos contêm entre 80-350 mg de cafeína, dependendo do tamanho, marca, se contém guaraná ou outros estimulantes. Mayo Clinic Health System+1

  • Para adolescentes, a recomendação costuma ser muito mais baixa ou de evitar completamente. CDC Brasil+1


Por que é enganoso: o “efeito imediato” vs. os danos acumulativos

  • Os energéticos funcionam rápido: dão alerta, ajudam a espantar o sono, melhoram a disposição momentânea. Esse efeito imediato encoraja o uso repetido.

  • Mas os danos – ao sono, ao coração, ao metabolismo – são cumulativos e acontecem mesmo “quando não dá pra ver”. Por exemplo: dormir mal constantemente afeta memória, humor, imunidade etc.

  • Também há efeito psicológico: a pessoa pode ficar dependendo desse estímulo, acreditando que sem energético não consegue render, o que reforça o círculo.


Como moderar ou evitar

  • Reduzir frequência: deixar energético para emergências, não para o cotidiano.

  • Ler rótulos: ver quanto de cafeína/sucre (açúcar) há na embalagem. Optar por versões com menor teor, ou bebidas menos estimulantes.

  • Substituir com alternativas mais saudáveis: água, chás (sem muito açúcar), café moderado, sucos naturais.

  • Dormir bem: nada substitui uma boa noite de sono pra disposição e desempenho.

  • Buscar orientação médica se há sintomas como palpitações, falta de sono, ansiedade persistente, etc.


Conclusão

Beber energético não é “pecado” — pode ser útil em situações específicas. Mas torná-lo parte da rotina, principalmente em grandes quantidades, é apostar alto com a saúde. Há dados reais, científicos, mostrando que muitos dos males são evitáveis com moderação ou escolhas mais conscientes.

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