Pesquisa inédita mapeia saúde mental das juventudes periféricas em Campinas

Estudo revela desigualdades e aponta caminhos para políticas públicas mais inclusivas

A saúde mental das juventudes periféricas de Campinas ganha destaque em uma pesquisa inédita realizada em parceria entre a Fundação FEAC, a associação Minha Campinas e a Unicamp. O estudo, intitulado Mapamentes das Juventudes, foi desenvolvido entre outubro e novembro de 2024 e traz um mapeamento detalhado de 33 iniciativas voltadas para jovens em territórios periféricos da cidade. O objetivo é contribuir para o acesso à informação e a compreensão da complexidade das questões que envolvem saúde mental, raça, gênero e vulnerabilidade social.

Os dados revelam desigualdades estruturais importantes, como a predominância de lideranças brancas (45,45%) nas iniciativas, enquanto o público atendido é majoritariamente negro (45%). Além disso, há uma sub-representação de pessoas trans nas coordenações. As ações mapeadas vão além do atendimento psicoterapêutico, incluindo práticas esportivas, culturais, promoção de direitos e combate a diversas formas de violência, como racismo, LGBTQIA+fobia e violências de gênero.

Joyce Setubal, coordenadora de projetos da Fundação FEAC, destaca que “as juventudes vivem hoje um cenário de intensificação das vulnerabilidades e desigualdades sociais. Quando falamos de saúde mental, não podemos ignorar que fatores sociais, políticos e econômicos impactam diretamente as possibilidades de cuidado e bem-estar.” Ela reforça a importância de dados sólidos para orientar políticas públicas e promover mudanças concretas.

A pesquisa também aponta que as atividades coletivas, como rodas de conversa e oficinas culturais e esportivas, são as mais eficazes para promover o bem-estar e o senso de pertencimento, embora apenas 15,2% das organizações ofereçam atendimento clínico especializado. O financiamento é outro desafio, com 87,5% dos recursos concentrados em organizações formalizadas, enquanto coletivos informais, muitas vezes mais próximos das necessidades locais, ficam à margem.

A inclusão do fator racial na análise é fundamental, considerando o racismo como determinante para as condições de saúde da população negra. Elisa Muller, co-fundadora da Minha Campinas, ressalta que “a saúde mental da população é profundamente influenciada pelo contexto social, econômico, político, cultural e ambiental em que vive.” Ela enfatiza a necessidade de políticas públicas eficazes, redes de proteção social e fortalecimento do suporte comunitário para enfrentar esses desafios.

O professor Igor Cavallini Johansen, da Unicamp, destaca a importância da colaboração entre universidade e sociedade civil para a construção do conhecimento e para a promoção de ações sociais relevantes. O lançamento oficial da pesquisa será realizado em um evento aberto e gratuito no dia 26 de setembro, às 9h, na sede da Guardinha Campinas.

Este estudo representa um passo importante para ampliar o debate sobre saúde mental nas periferias, evidenciando a necessidade de estratégias interseccionais que considerem raça, gênero e vulnerabilidade social para garantir o bem-estar das juventudes.

Dados fornecidos pela assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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