Saúde mental nas empresas: estigma, liderança vulnerável e a urgência por transformação

Estudo inédito do Einstein revela desafios e aponta caminhos para ambientes de trabalho mais saudáveis e inclusivos

A saúde mental nas organizações brasileiras tem ganhado destaque, mas ainda enfrenta barreiras profundas que dificultam seu pleno reconhecimento e cuidado. Um estudo inédito realizado pelo Centro de Referência Einstein em Saúde Mental (CRESM) revela que, apesar dos avanços, o estigma e a falta de preparo das lideranças continuam sendo grandes obstáculos para a promoção do bem-estar psicológico no ambiente corporativo.

Realizada entre setembro de 2024 e maio de 2025, a pesquisa envolveu 146 líderes de 36 empresas reconhecidas como “Melhores para se Trabalhar” no Brasil. O levantamento mostrou que, embora existam programas estruturados para apoiar a saúde mental, a demanda por atendimento tem superado a capacidade das organizações. “A procura aumentou tanto que não conseguimos alcançar todo mundo que precisa”, relata um gestor participante. Ansiedade e estresse são os transtornos mais frequentes, superando a depressão no ambiente de trabalho.

O estudo também destaca que o estigma permanece forte: 82% dos gestores acreditam que empregadores preferem contratar candidatos sem histórico psiquiátrico, enquanto 75% consideram que a organização espera menos de colaboradores que passaram por internação. Essa percepção prejudica a inclusão e a trajetória profissional de quem enfrenta ou já enfrentou transtornos mentais. Além disso, 56% dos entrevistados evitam revelar que estão em tratamento, e 64% se preocupam com o julgamento dos colegas. “Vivemos uma ambivalência: o discurso é de valorização da saúde mental, mas, na prática, predomina o silêncio e o medo”, analisa Flávia Nielsen, responsável pela área de Gestão do Ensino Einstein.

Outro ponto crítico é a vulnerabilidade das lideranças, especialmente os chamados “gestores sanduíche”, que enfrentam pressão tanto da alta direção quanto das equipes. Dulce Brito, gerente médica de Bem-Estar e Saúde Mental do Einstein, observa que “líderes mais antigos veem a sobrecarga como virtude, enquanto a nova geração busca equilíbrio. Falta letramento sobre saúde mental”.

Apesar de iniciativas inovadoras, como aplicativos de apoio psicológico e triagens periódicas, a efetividade das ações ainda é questionada. “Ter recursos não garante qualidade. Sessões curtas e espaçadas são insuficientes”, alerta um dos gestores.

O estudo reforça a necessidade urgente de mudanças estruturais para que a saúde mental deixe de ser um projeto acessório e se torne um pilar estratégico nas organizações, com participação ativa da alta gestão. Entre as recomendações estão o fortalecimento da capacitação das lideranças, o combate sistêmico ao estigma e a integração de ações preventivas às estratégias corporativas.

Com o aumento de 67% nos afastamentos por transtornos mentais no Brasil entre 2023 e 2024, segundo dados do Ministério da Previdência Social, fica evidente que a saúde mental nas organizações não pode mais ser negligenciada. É hora de transformar o ambiente de trabalho em um espaço seguro, acolhedor e saudável para todas as mulheres e profissionais.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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