O Poder do Cérebro Feminino na Transformação da Liderança Corporativa

Como as características neurocientíficas femininas estão redefinindo o futuro dos negócios e a gestão nas organizações

Comecei a ler O Cérebro Feminino, da neurocientista Louann Brizendine, movida por motivos pessoais. Queria entender melhor as nuances da mente feminina, as emoções e a forma como nosso corpo responde ao mundo. O que eu não imaginava era o impacto que essa leitura teria na minha vida profissional, e como poderia ajudar tantas mulheres a enxergarem mais claramente seu potencial. Mais ainda: como poderia ajudar as organizações a repensarem o papel transformador da liderança feminina.

No mundo dos negócios, fala-se muito sobre diversidade de gênero, mas, ainda pouco sobre como características próprias do cérebro e da fisiologia feminina se traduzem em vantagens competitivas para empresas. Brizendine mostra, com base em neurociência, que as mulheres têm maior ativação em áreas ligadas à empatia, comunicação e leitura emocional. Isso significa líderes mais sensíveis às dinâmicas humanas, capazes de escutar, engajar e criar confiança.

É curioso como aquilo que, por muito tempo, foi visto como “suave” ou até “fragilidade”. A empatia, a atenção ao outro, a colaboração, hoje se tornam essenciais em contextos de negócios marcados por incerteza, disrupção tecnológica e mudança constante. Estamos vivendo a era em que a inteligência relacional é tão estratégica quanto a inteligência analítica.

Os estudos confirmam isso ao mostrarem que mulheres pontuam mais alto em competências de inteligência emocional, e que empresas com maior diversidade de gênero em cargos de liderança apresentam culturas mais fortes, engajamento mais elevado e maior capacidade de inovar. Em outras palavras: quando mulheres chegam ao topo, a cultura muda. E muda para melhor.

A liderança feminina tende a se aproximar do conceito de liderança servidora, que inverte a lógica tradicional de comando e controle. Em vez de centralizar poder, busca-se criar espaço para que as equipes floresçam, removendo obstáculos e fortalecendo talentos. Esse estilo é não apenas mais humano, mas, também, mais eficaz para gerar resultados sustentáveis em ambientes complexos.

Por isso, defender mais mulheres em cargos de liderança vai além da pauta de equidade. É uma questão de visão estratégica. As empresas que compreendem o impacto da neurociência aplicada à gestão e traduzem isso em práticas de diversidade estão não só corrigindo desigualdades históricas, mas também construindo negócios mais resilientes e preparados para o futuro.

Como mulher, a leitura de Brizendine me trouxe um convite: enxergar no meu cérebro, nas minhas emoções e no meu modo de me relacionar não nas fraquezas, mas fontes de força e liderança. Como profissional, trouxe uma convicção: quanto mais espaços as organizações abrirem para que mulheres liderem com autenticidade, mais sólidas, inovadoras e humanas elas se tornarão.

No fim, não se trata apenas de mulheres na liderança. Trata-se de um novo paradigma de gestão. Um que o mundo corporativo não pode mais se dar ao luxo de ignorar.

I

Por Isadora Reis

head de Marketing e Comunicação Institucional LatAm da Korn Ferry

Artigo de opinião

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