Cirurgia para mudar a cor dos olhos: riscos e verdades por trás da moda
Procedimentos estéticos ganham popularidade entre jovens, mas especialistas alertam para perigos à saúde ocular
A cirurgia para mudar a cor dos olhos tem se tornado uma verdadeira febre entre adolescentes, especialmente após a divulgação de influenciadoras digitais que passaram pelo procedimento. Segundo dados da assessoria de imprensa do Instituto Penido Burnier, em Campinas, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto esclarece que existem atualmente três técnicas cirúrgicas para alterar a cor dos olhos: ceratopigmentação, despigmentação da íris com laser e implante de íris colorida artificial.
No entanto, nenhuma dessas técnicas é recomendada para fins estéticos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) ou pela Academia Americana de Oftalmologia (AAO), devido aos altos riscos envolvidos para a saúde ocular. A ceratopigmentação, por exemplo, foi o procedimento pelo qual a influencer Maya Massafera passou para transformar seus olhos castanhos em verdes. Trata-se de um método que cria um canal na córnea para inserir um pigmento biocompatível, podendo ser realizado por via laser, lamelar ou epitelial. A técnica a laser, utilizada no caso da influencer, é a mais moderna e menos invasiva, mas ainda assim pode causar fotofobia intensa, exigindo o uso de óculos escuros nas primeiras semanas.
Além da estética, a ceratopigmentação tem indicações médicas importantes, como mascarar cicatrizes na córnea (leucomas), corrigir defeitos congênitos da íris e melhorar a autoestima de pacientes com olhos brancos devido à perda de visão por trauma. Contudo, os riscos potenciais incluem opacidade da córnea, infecções, inflamações crônicas, irregularidade na cor, fotofobia e dificuldades em futuros transplantes de córnea.
Outra técnica é a despigmentação da íris com laser YAG, que remove a camada superficial da íris para revelar tons mais claros. Ainda experimental e não regulamentada pela ANVISA ou FDA, essa técnica pode causar glaucoma pigmentar, fotofobia permanente e aumento da pressão intraocular, além de resultados estéticos irregulares.
O implante de íris artificial, indicado para casos de albinismo ou lesões que afetam a íris, também não é recomendado para fins estéticos. Realizado com próteses flexíveis de silicone, o procedimento é ambulatorial, mas contraindicado para pacientes com glaucoma ou inflamações oculares.
O especialista reforça que “a única forma de mudar a cor dos olhos com total segurança é através do uso das lentes de contato coloridas, que hoje têm muitas versões bastante confortáveis”. Portanto, é fundamental que as pessoas estejam cientes dos riscos antes de buscar procedimentos invasivos e priorizem sempre a saúde dos olhos.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA