Cirurgia Plástica: Muito Além da Vaidade
Como os procedimentos estéticos impactam a saúde física, emocional e a qualidade de vida dos pacientes
O Brasil segue entre os líderes mundiais em cirurgias plásticas, com mais de 1,9 milhão de procedimentos realizados anualmente, segundo dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), consolidando o país na segunda posição global, atrás apenas dos Estados Unidos. Apesar dos números expressivos, o estigma de que a cirurgia plástica está ligada exclusivamente à vaidade persiste. Na prática, os benefícios vão muito além da estética.
De acordo com o cirurgião plástico Raphael Alcalde, referência em contorno corporal e com mais de 15 anos de atuação, muitos procedimentos impactam diretamente a saúde física e emocional dos pacientes. “A cirurgia plástica, quando bem indicada, pode devolver autoestima, aliviar desconfortos físicos e promover reintegração social. É uma ferramenta de qualidade de vida”, afirma.
Casos como reconstrução mamária após o câncer, remoção de excesso de pele em pacientes pós-bariátrica, tratamento de ginecomastia em homens e correções pós-trauma são exemplos de como a cirurgia pode transformar vidas. Nestes cenários, o objetivo transcende a estética, sendo funcional e psicológico.
Segundo levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cerca de 40% das cirurgias realizadas no país são de caráter reparador, uma tendência que cresce à medida que os pacientes buscam procedimentos associados à reabilitação física e emocional. A lipoaspiração, no entanto, mantém-se como o procedimento estético mais realizado no Brasil, seguida pela mastoplastia de aumento e pela abdominoplastia.
Além dos resultados físicos, o impacto na autoestima também é significativo. “Muitos pacientes relatam que voltaram a se olhar com carinho no espelho, que recuperaram segurança em ambientes sociais ou até mesmo no trabalho. Isso mostra que, muitas vezes, estamos falando de reconstrução emocional, não apenas corporal”, reforça Dr. Raphael.
Outro aspecto essencial é o papel do cirurgião na escuta ativa. “Cada paciente traz uma história. Antes de qualquer procedimento, é preciso entender a motivação, orientar com clareza e responsabilidade, e deixar claro que cirurgia não é solução mágica — é uma escolha séria, que precisa ser consciente e personalizada”, complementa.
Em um contexto onde a busca pelo bem-estar físico e mental está cada vez mais integrada, a cirurgia plástica assume um novo significado: o de ser uma aliada do autocuidado, da dignidade e da reconexão com o próprio corpo — muito além do espelho.
Por Raphael Alcalde
Cirurgião plástico com mais de quinze anos de experiência, especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, médico com formação em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, MBA em Gestão Hospitalar, reconhecido por atuação em contorno corporal e cirurgia reparadora, com vivência em urgência e emergência pelo SAMU
Artigo de opinião