A Nova Era dos Banheiros: Refúgios de Bem-Estar e Sensações no Morar Contemporâneo

Como o design sensorial e a sustentabilidade transformam os banheiros em espaços de autocuidado e conexão com a natureza

Antes apenas funcionais, os banheiros hoje são verdadeiros refúgios de bem-estar. Essa transformação é visível nos projetos que priorizam sensações, texturas, iluminação suave e materiais naturais. Tudo para criar ambientes acolhedores, com identidade e propósito. É dentro dessa nova perspectiva que nasce o ambiente Natureza em Essência, assinado por Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto para a CASACOR São Paulo 2025, que representa esse novo olhar.

O banheiro como lugar de reconexão individual
Com forte apelo sensorial e emocional, os banheiros modernos revelam novas tendências de uso, revestimentos e personalização. O ambiente Natureza em Essência traduz esse movimento e inspira soluções para todos os tipos de projetos.

Antes delegado aos bastidores do morar, agora o banheiro protagoniza uma nova forma de habitar, sendo transformado cada vez mais em local de pausa, autocuidado e conexão consigo mesmo. Exemplo desse novo olhar é o ambiente Natureza em Essência, onde cada detalhe une princípios de inovação, bem-estar e estética afetiva.

O espaço contempla sanitários, lavatórios, galeria com jardim e estar, conectando o que há de mais inovador em design funcional a materiais que despertam os sentidos. A partir dele, é possível entender o que está em voga quando o assunto é a evolução dos banheiros.

A importância do sensorial
O conforto emocional no design de interiores ativa memórias e sensações de acolhimento, promovendo o melhor funcionamento do cérebro ao despertar sentimentos positivos.

Nos últimos anos, muito se fala sobre o ‘sensorial’, porém o que realmente é isso? A estética sensorial é uma abordagem que busca estimular os cinco sentidos para conceber experiências espaciais mais completas, imersivas e significativas.

“O sensorial é tudo aquilo que percebemos no espaço. São as texturas que convidam ao toque, os sons que nos acalmam, os aromas que perfumam e até a temperatura que agrada. E quando falamos de banheiro, implica em transformar aquela rotina cotidiana em uma microexperiência de autocuidado.”

Ou seja, além do visual, importa o que se percebe ao estar no ambiente. Por isso, os projetos buscam ativar percepções físicas e sentimentais por meio das escolhas que compõem os espaços.

Os revestimentos como condutores
Com um infinito leque de opções, os revestimentos seguem um ciclo de reinvenção constante. Os arquitetos acompanham as tendências e novidades, mas sobretudo procuram compreender o que se espera do ambiente em termos de textura, aconchego, durabilidade, impacto, sustentabilidade e sensações individuais. “Cada escolha deve refletir uma intenção e não uma moda passageira.”

No caso do banheiro, especialmente os que seguem a estética sensorial, os revestimentos assumem papel de destaque. “É o material que define a temperatura visual, textura tátil, acústica e até luminosidade. Por isso, buscamos superfícies que proporcionem um acolhimento imediato, com tons naturais e acabamento fosco.”

O pórtico com acabamento vinílico que remete à madeira proporciona acolhimento visual sem comprometer a resistência à umidade. Feito de PVC e com boa resistência à água, permite seu uso até em áreas próximas à ducha, desde que fora da linha direta da água, como no teto.

Os revestimentos que imitam pedras naturais, como quartzitos e arenitos, estão em alta justamente por despertarem uma conexão direta com o orgânico e o atemporal. As cerâmicas com veios marcados ou em formatos grandes também ganham força por permitirem continuidade visual e menor quantidade de rejuntes, o que reitera a ideia de fluidez e sofisticação. “Com esse movimento, os polidos e brilhantes perderam espaço.”

“A estética muito fria e artificial, com superfícies reflexivas, tem sido deixada de lado em banheiros que propõem mais acolhimento e introspecção. Estamos vivendo um momento em que o toque importa tanto quanto a aparência”, afirmam os arquitetos, que reforçam ainda que as cores neutras, variações de bege, areia, terracota e verde seco estão em evidência.

Também estão em alta as cubas sobrepostas com recortes embutidos que oferecem leveza visual e praticidade no uso. “A louça sanitária é um material durável, colorido e extremamente higiênico. Além disso, os novos modelos trazem linhas contemporâneas, com acessórios integrados, o que a torna ainda mais versátil.”

A escolha por soltar o comando da torneira ou do misturador da bica combina ergonomia e estética: além de tornar o uso mais confortável, por exigir menos esforço sobre a bancada, também confere um visual mais leve e sofisticado, com aparência de acessório solto e desenho livre.

No campo das torneiras, destacam-se os monocomandos multifuncionais que integram, em um único equipamento, a oferta de água quente, filtrada, gelada e até com gás.

Outra aposta é o uso de uma chapa autoportante de resina, desenvolvida especialmente para áreas molhadas, que une leveza, sustentabilidade e praticidade de instalação.

“Essa tecnologia elimina a necessidade de integrar marcenaria e marmoraria, resultando em uma produção mais rápida e econômica. É um material com potencial imenso de aplicação, especialmente se pensarmos em reformas mais ágeis e sustentáveis.”

Sustentabilidade em alta
Materiais sustentáveis também ganham protagonismo, como os laminados com certificação ecológica, revestimentos de bambu e cortiça, além de pastilhas de vidro reciclado. O ambiente Natureza em Essência destaca o uso de painéis modulares, de rápida instalação, que reduzem desperdícios na obra. O mobiliário valoriza o design brasileiro, feito por artistas e marceneiros locais, reforçando o desejo de cultura e exclusividade.

“Há uma intenção muito clara de valorizar o que é feito no Brasil, com materiais duráveis, de menor impacto ambiental e estética contemporânea. A brasilidade aparece não como temática folclórica, mas como design de alto nível, conectado à nossa identidade e ao planeta.”

As plantas naturais também se tornam aliadas do décor e da qualidade do ar com espécies que se adaptam bem à umidade. Elas trazem frescor e contribuem para uma atmosfera mais viva, o que é um conceito fundamental na biofilia, tendência que inspira projetos cada vez mais conectados à natureza.

Emoção e memória no projeto
Mais do que beleza e praticidade, os banheiros de hoje também são partes do lar que contam histórias. A presença de arte e design nacional ajuda a construir essa atmosfera singular. “As pessoas querem se reconhecer nos ambientes em que vivem e isso se dá também por meio dos detalhes afetivos, das memórias e de uma estética que emociona.”

Os banheiros do futuro já começaram a se desenhar, equilibrando a inovação tecnológica com um estilo sensível, mas sem abrir mão da funcionalidade tradicional.

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Por Emilie Guimarães

Artigo de opinião

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