Autodiagnóstico nas redes sociais: cuidado para não confundir saúde mental com desinformação
Entenda os riscos do autodiagnóstico e a importância da informação correta na saúde mental feminina
Com o avanço da discussão sobre saúde mental, especialmente durante o Setembro Amarelo, cresce também o número de pessoas que buscam informações nas redes sociais para entender seus sintomas e emoções. Segundo dados recentes, 77% dos brasileiros reconhecem a importância do cuidado psicológico, e a conscientização sobre o tema tem aumentado ano a ano, atingindo 54% em 2024. Contudo, esse movimento positivo traz um desafio: o risco do autodiagnóstico e da desinformação.
Um levantamento do jornal britânico The Guardian analisou os 100 vídeos mais populares no TikTok com a hashtag #mentalhealthtips e constatou que mais da metade continha algum nível de informação incorreta ou pouco útil. A coordenadora do curso de Psicologia da UNIASSELVI, professora Gabriela Inthurn, destaca que “a quantidade de conteúdos e informações divulgadas, muitas vezes, por não profissionais da saúde mental” contribui para que as pessoas tirem conclusões erradas, baseadas apenas em sinais e sintomas, sem o contexto clínico necessário.
Essa banalização pode prejudicar o cuidado adequado, pois “a pessoa pode entender que o sofrimento que possui é comum a muitas outras e, por esse motivo, não procura tratamento, banaliza o uso de medicação e terapia e negligencia cuidados que são necessários”, explica Gabriela. Além disso, há o risco de interpretar situações naturais da vida, como tristeza após um término, como transtornos graves, o que pode aumentar a culpa e o sofrimento.
Outro ponto de atenção é o uso crescente da inteligência artificial como ferramenta para apoio à saúde mental. Embora a IA possa ajudar no autoconhecimento e organização pessoal, Gabriela alerta que “a maioria delas utiliza dados disponíveis, mas ainda sem um filtro muito claro do que é ou não verdadeiro, e se é aplicável à realidade e necessidade da pessoa ou situação”. Casos preocupantes já foram registrados, em que a IA sugeriu comportamentos prejudiciais, como automutilação.
Para combater a desinformação, a professora reforça a importância de dar voz a profissionais qualificados e investir em psicoeducação desde a escola. “A conscientização sobre emoções, sentimentos e pensamentos ajuda as pessoas a reconhecerem e entenderem suas emoções, evitando autodiagnósticos de situações que são do cotidiano”, conclui. Saber diferenciar tristeza, dificuldade de atenção ou vontade de chorar de um diagnóstico clínico é fundamental para o cuidado efetivo da saúde mental.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa da UNIASSELVI, reforçando a necessidade de informação correta para promover o bem-estar emocional e a saúde mental das mulheres.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA