Misturar remédios pode anular seu tratamento? Farmacêutica alerta para riscos comuns
Entenda como combinações inadequadas de medicamentos e suplementos podem prejudicar sua saúde e o tratamento
Misturar medicamentos e suplementos sem orientação pode ser mais perigoso do que se imagina. Segundo dados da assessoria de imprensa da Farmais, rede nacional de farmácias, as interações medicamentosas ocorrem quando um remédio altera a ação de outro, podendo potencializar, inibir ou modificar seus efeitos, o que compromete a eficácia do tratamento e pode causar reações adversas graves.
A farmacêutica Dafne Estevão destaca que esse hábito é muito comum, especialmente com remédios de uso rotineiro. “Muita gente combina paracetamol com outros analgésicos ou antigripais sem perceber que está duplicando doses ou sobrecarregando o fígado. O mesmo vale para quem toma antibióticos, antidepressivos ou remédios para o coração e usa suplementos como vitamina C, erva de São João ou ômega-3. São interações que podem prejudicar a saúde e passar despercebidas”, explica.
Entre os exemplos mais frequentes estão os analgésicos, que podem aumentar o risco de sangramentos quando usados com anticoagulantes, ou causar toxicidade hepática se combinados com álcool ou outros remédios com o mesmo princípio ativo. Antialérgicos de primeira geração, como a difenidramina, têm efeito sedativo e podem intensificar a sonolência se usados junto com álcool, antidepressivos e ansiolíticos.
Medicamentos antivirais e antifúngicos sistêmicos também merecem atenção, pois atuam no fígado e podem alterar o metabolismo de remédios para o coração, imunossupressores e outros tratamentos contínuos. Além disso, antibióticos como tetraciclinas e quinolonas têm sua absorção prejudicada por laticínios ou suplementos com cálcio, ferro e zinco. “Um exemplo clássico é tomar leite junto com antibiótico. Parece inofensivo, mas pode reduzir drasticamente a eficácia do remédio. Por isso, a orientação do farmacêutico é essencial”, reforça Dafne.
No caso dos medicamentos para gripe e resfriado, a combinação com suplementos naturais como vitamina C, zinco e equinácea pode causar sobrecarga hepática ou competição entre substâncias. Na saúde mental, a erva de São João pode interferir no metabolismo de antidepressivos, anticoncepcionais e anticoagulantes, exigindo cuidado redobrado.
Para evitar esses riscos, a farmacêutica recomenda: “Nunca combine medicamentos sem orientação profissional. Informe ao farmacêutico todos os remédios e suplementos em uso. Cuidado com duplicidade de princípios ativos, evite álcool durante o uso de medicamentos, siga rigorosamente horários, dosagens e tempo de uso, e leia a bula com atenção.”
Seguir essas orientações ajuda a garantir a eficácia do tratamento e a segurança da saúde. Em caso de dúvidas, procure sempre um profissional de saúde antes de misturar qualquer medicamento ou suplemento.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA