Biossimilares no Brasil: 10 anos ampliando acesso e reduzindo custos em saúde
Década de biossimilares transforma tratamentos complexos, beneficiando SUS e saúde suplementar
Há 10 anos, o Brasil deu um passo importante na democratização do acesso a tratamentos de alta complexidade com o registro do primeiro medicamento biossimilar, o infliximabe, usado para doenças inflamatórias autoimunes. Desde então, essas versões de medicamentos biológicos de referência, aprovadas pela Anvisa, têm oferecido a mesma segurança e eficácia dos produtos originais, porém com custo médio 30% menor, impactando positivamente o sistema de saúde brasileiro.
Dados apresentados no ISPOR, evento da Sociedade Internacional de Pesquisa em Economia da Saúde e Desfechos Clínicos, evidenciam os benefícios dos biossimilares tanto no SUS quanto na saúde suplementar. No sistema público, uma parceria produtiva com o anticorpo monoclonal rituximabe resultou em aumento de 47% nas doses distribuídas e redução de 20% nos custos para o governo. Na saúde suplementar, a adoção dos biossimilares saltou de 39% para 86% em apenas dois anos, com queda significativa no custo médio por paciente e ampliação do número de pessoas tratadas.
Nanci Utida, diretora associada de assuntos médicos da Organon, destaca que “os medicamentos biológicos representam uma das maiores revoluções da medicina e transformaram o tratamento de doenças complexas e crônicas, como câncer e doenças autoimunes, porque permitem o desenvolvimento de terapias personalizadas e direcionadas, mas com um custo altíssimo de desenvolvimento e produção.” Para ela, os biossimilares foram um divisor de águas no Brasil, especialmente no sistema público, onde o custo dos biológicos limitava o acesso. “Com custos menores, os biossimilares permitem o tratamento de um número maior de pacientes com os mesmos recursos e o uso mais eficiente do orçamento público.”
As áreas mais beneficiadas são oncologia, com biossimilares como trastuzumabe e bevacizumabe; reumatologia, dermatologia e gastroenterologia, com adalimumabe, etanercepte e infliximabe; e hematologia, com o filgrastim, primeiro biossimilar desenvolvido no Brasil. Um exemplo de economia é o infliximabe, que pode custar metade do medicamento original. Marcel Zetun, diretor de biossimilares da Organon, ressalta que “um programa bem conduzido para o gerenciamento de trocas de medicamentos de marca por biossimilares pode levar a economias acima de 50%, permitindo melhor gestão dos recursos e investimentos em outras áreas prioritárias.”
Apesar dos avanços, cerca de 40% dos pacientes ainda resistem à troca por biossimilares devido ao “efeito nocebo”, causado pela falta de informação e dúvidas sobre a equivalência dos medicamentos. Marcel explica que “pacientes que não são bem-informados podem relatar mais efeitos adversos ou percepção de piora clínica, mesmo com exames estáveis, afetando a adesão e o sucesso do tratamento.”
Para superar esse desafio, campanhas de educação para médicos e pacientes são essenciais. Nanci reforça que “quando médicos confiam na segurança e eficácia dos biossimilares e transmitem isso claramente, os resultados são melhores.” Um avanço importante foi o consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia, que permite a troca entre biossimilares e originadores sem nova autorização médica, aumentando a confiança no uso desses medicamentos.
O futuro dos biossimilares é promissor, com várias medicações biológicas perdendo patentes até 2028, abrindo espaço para biossimilares em tratamentos de osteoporose, câncer, leucemia, psoríase e outras doenças. Essa evolução representa mais acesso a terapias inovadoras e uso eficiente dos recursos em saúde no Brasil.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa da Organon.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA