Desinformação e invisibilidade: os desafios das crianças com malformações no Brasil
Entenda as barreiras que atrasam o diagnóstico e o tratamento de crianças com malformações craniofaciais
Apesar dos avanços pontuais na saúde pública infantil, crianças com malformações congênitas ainda enfrentam graves barreiras no Brasil, como desinformação, invisibilidade e longas filas para atendimento especializado. Dados da assessoria de imprensa da médica cirurgiã plástica e craniomaxilofacial Dra. Clarice Abreu, com mais de 20 anos de experiência, revelam um cenário preocupante que compromete o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas crianças.
Um estudo da revista Organicom, da ECA/USP, destaca que o país sofre com fluxos constantes de desinformação em saúde, dificultando a triagem e o encaminhamento corretos dos casos que demandam atenção especializada. Essa desinformação, combinada à escassez de profissionais qualificados e à falta de reconhecimento da cirurgia craniomaxilofacial como prioridade de saúde pública, cria um ambiente de negligência institucional.
Para Dra. Clarice, a invisibilidade do tema reflete a desvalorização de áreas médicas que atuam justamente onde a vulnerabilidade é maior: na infância e nas deformidades. “Estamos falando de crianças que poderiam ter uma vida normal com uma cirurgia simples, mas que permanecem por anos em filas, ou sequer chegam a ser avaliadas. Isso é uma violência silenciosa”, alerta a especialista.
Além disso, o número de especialistas capacitados para atuar em malformações craniofaciais é extremamente baixo. Muitos centros de saúde não possuem equipes multidisciplinares preparadas para oferecer um cuidado integral. “São poucos os profissionais formados com a complexidade técnica necessária para lidar com esses casos. E o que é ainda mais grave: não há incentivo à formação, nem políticas públicas que reconheçam essa área de atuação como estratégica dentro do SUS”, destaca Dra. Clarice.
Outro desafio é o desconhecimento da cirurgia craniomaxilofacial tanto pela população quanto por profissionais da atenção básica. Sem saber o que procurar, médicos de família acabam encaminhando as crianças para áreas inadequadas ou atrasando o diagnóstico, o que fragmenta o cuidado e agrava condições que poderiam ser resolvidas com menor sofrimento físico e emocional.
A desinformação também é impulsionada pelas redes sociais, onde o conhecimento técnico é muitas vezes banalizado. Cirurgias reparadoras são divulgadas de forma romantizada ou equivocada, sem o devido embasamento científico, gerando desconfiança na medicina especializada e atrasando ainda mais a busca por atendimento qualificado.
Dra. Clarice critica a ausência de um protocolo nacional de linha de cuidado para crianças com malformações, ressaltando a importância de diretrizes clínicas, fluxos padronizados de triagem e capacitação de equipes multiprofissionais. “A ausência de um caminho estruturado faz com que essas famílias peregrinem entre especialidades, exames e promessas, enquanto a criança perde tempo precioso para seu desenvolvimento”, explica.
Para transformar essa realidade, a médica propõe quatro frentes principais: campanhas públicas de informação baseadas em ciência, capacitação dos profissionais da atenção básica, criação de centros regionais de referência e valorização oficial da cirurgia craniomaxilofacial como área estratégica dentro do SUS. “Enquanto não reconhecermos que essas crianças têm urgência e têm direito, continuaremos reproduzindo uma lógica de exclusão estrutural”, conclui.
Este cenário evidencia a necessidade urgente de políticas públicas e ações integradas para garantir o direito à saúde e ao desenvolvimento pleno das crianças com malformações no Brasil.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA