Autoridade digital além da influência: o desafio dos empreendedores brasileiros

Apenas 12% dos empreendedores brasileiros conseguem transformar sua presença digital em autoridade real e, consequentemente, em resultados financeiros, segundo levantamento de 2024 da Fundação Getulio Vargas (FGV) com base em mais de 4 mil negócios. Apesar do aumento na produção de conteúdo nas redes sociais, a maioria ainda enfrenta dificuldade em converter visibilidade em reputação sólida e clientes de verdade. O estudo aponta que a ausência de uma estratégia coerente entre imagem pessoal, proposta de valor e canais digitais é um dos principais gargalos para pequenos e médios empresários.

É nesse contexto que a psicóloga e empresária Fernanda Tochetto, fundadora do Tittanium Club e cofundadora da Mentoring League Society, defende um novo modelo de marketing de autoridade. “Mais do que influenciar, é preciso gerar provas, consistência e verdade. A autoridade não se constrói apenas com alcance, mas com credibilidade que gera faturamento”, afirma.

Com mais de 24 anos de experiência em educação empresarial, Tochetto diferencia a influência de autoridade. A primeira, segundo ela, está centrada na capacidade de atrair atenção. A segunda exige entrega, coerência, constância e resultados tangíveis. “É comum ver perfis com milhares de seguidores que não conseguem fechar negócios. Isso acontece porque falta alinhamento entre o conteúdo publicado e a promessa real de transformação”, explica.

Fernanda defende o uso integrado de plataformas como Instagram, LinkedIn, YouTube e podcast, sempre ancorado na autenticidade da mensagem. “É preciso ser o que se fala. O público percebe quando existe encenação ou repetição de fórmulas genéricas. Quando há verdade e conexão, a autoridade é natural”, diz.

A especialista recomenda que os empreendedores organizem suas estratégias digitais com base em três pilares: clareza de posicionamento, consistência de conteúdo e presença nos canais adequados. “Não é necessário estar em todas as redes, mas sim nas que fazem sentido para seu público. Um LinkedIn forte pode gerar convites para palestras e parcerias, enquanto o Instagram pode reforçar o lado humano e cotidiano do negócio”, exemplifica.

Além da atuação nas plataformas, Fernanda defende que a construção de autoridade passa pela validação coletiva. “A prova social é essencial. Depoimentos, estudos de caso e histórias de clientes geram muito mais confiança do que promessas de marketing”, afirma. Ela também destaca o papel das comunidades colaborativas para escalar reputação. “Conexões certas, trocas genuínas e ambientes estratégicos como mentorias transformam negócios de forma consistente. Ninguém cresce sozinho.”

No Tittanium Club, movimento criado por Tochetto, empresários são estimulados a aplicarem estratégias de mentalidade, vendas e autoridade por meio de encontros imersivos e mentorias práticas. A metodologia, já testada com mais de mil participantes, reúne ferramentas como a análise DISC para autoconhecimento, técnicas de conteúdo com propósito e estratégias de networking ativo, todas voltadas para geração de autoridade com resultados reais.

“O mercado está saturado de fórmulas prontas e promessas milagrosas. O que falta é aplicar o que já se sabe com disciplina, verdade e visão estratégica”, finaliza.

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